quarta-feira, 29 de março de 2017
PC do B 95 anos: Uma trajetória vitoriosa!
02:31
| Postado por
Professor Nivaldo Mota
|
Na
semana que passou, o Partido Comunista do Brasil, que começou com a sigla PCB,
completou 95 anos, fundado que foi em 25 de março de 1922. Uma saga,
considerando os partidos políticos em nosso país.
Nas
primeiras décadas, foi forjado com a sagacidade dos antigos anarquistas, que
vislumbrando novas perspectivas para a classe operária, avançam na compreensão
de que a luta teria que passar pela fundação de um partido comunista de linha
leninista.
Astrogildo
Pereira foi o seu principal quadro político nos primeiros anos, mas não
poderíamos de deixar de ressaltar dois grandes lideres, no primeiro momento com
linhas anarquistas, mas a partir de 1922, com um posicionamento comunista,
Otávio Brandão, alagoano, que será um dos principais quadros do partido. O
outro será Antônio Canellas, carioca de nascimento, mas que atuou em Alagoas,
na cidade de Viçosa, entre 1916 a 1919, junto com Otávio Brandão, elaborando
jornais anarquistas. Depois de 1922, Antônio Canellas entrará para o partido,
sendo o representante do PCB no 3º Congresso da Internacional Comunista, em
Moscou, no ano de 1924.
O
Partido Comunista do Brasil viveu a maior parte de sua existência na
clandestinidade, valorosos combatentes do comunismo, tiveram a capacidade da
resistência de manter viva a chama da ousadia revolucionária e perspectiva
socialista.
Até
1962 o grande dirigente do partido foi Luís Carlos Prestes, líder inconteste,
militar por formação, se filiará em Moscou, voltando ao Brasil antes do levante
de 1935. É preso, sendo solto apenas em 1945, com o fim da ditadura Vargas.
Aliás,
desde 1937, com a decretação do Estado Novo por Getúlio Vargas, mais uma vez a
democracia é restringida em nosso país. O Partido Comunista do Brasil vai ser o
partido mais atacado, milhares são presos, quase toda direção nacional do
partido vai estar encarcerada e outros fugidos, vivendo na mais tenra
clandestinidade.
Coube
a dois paraenses, João Amazonas e Pedro Pomar, mais outros tantos e combativos
comunistas, reorganizarem o partido a partir de 1943, na 2º Conferencia do
Partido, que passou a se chamar oficialmente como “Conferencia da Mantiqueira”.
Na
década dos anos 1950, aconteceu um racha interno não só no Brasil, mas em todo
movimento internacional dos comunistas. Com a morte do camarada Josef Stalin,
grande líder e dirigente do Partido Comunista da União Soviética, setores
oportunistas, de linha reformista e revisionista dos pressupostos do
marxismo-leninismo, tomam a frente dos destinos da Pátria Mãe do Socialismo,
corroendo como um câncer o grande partido de Lênin e Stalin.
Denuncias
contra Stalin durante a leitura do chamado “Relatórios Secretos”, que Nikita Kruschev apresenta
durante o XX Congresso do PCUS, em 1956, não passa de um engodo, de uma grande
mentira, os ataques não eram para Josef Stalin, sim para Lênin! Procuravam e
ainda procuram atacar Josef Stalin, mas no fundo o ataque é sim contra Lênin e
os marxistas.
Esta
situação levará uma cizânia em todos os partidos comunistas do mundo, com os
reformistas assumindo as posições de Nikita Kruschev, enquanto os revolucionários
tomarão o rumo de combate às práticas antimarxista e leninista do grupo de Luís
Carlos Prestes e outros.
Os
reformistas alteram o nome do Partido, mudam o seu estatuto, numa tentativa
tresloucada, achando que a Justiça Eleitoral da época concedesse o registro e
legaliza-se o partido. O nome do partido proposto pelos revisionistas, um novo
partido é bom dizermos, será o Partido Comunista Brasileiro, inclusive eles
usurpam a sigla, com o nome PCB.
A
bem da verdade, esta tática escondia o rompimento com a visão marxista e
leninista de partido. O momento agora era apoiar cegamente os desígnios de
Moscou, estabelecendo a visão da tal “Coexistência Pacifica”.
Mas
o setor revolucionário não se curvará, publicará a “Carta dos Cem”, denunciando
o golpe interno e a mudança no perfil de atuação do partido. Serão expulsos,
mas expulsos de qual partido? Ora, como seriam expulsos do tal Partido
Comunista Brasileiro se eles nunca foram deste partido, sim do Partido
Comunista do Brasil, fundado em 25 de março de 1922.
João
Amazonas, Mauricio Grabois, Pedro Pomar, organizam a Conferencia de 1962,
elegem um novo Comitê Central e para não serem confundidos com os
revisionistas, colocam o “do” na nova sigla, passando a se chamar a partir de
então de PC do B.
Passando
pela heroica Guerrilha do Araguaia, aonde infringiu derrotas ao Exército
brasileiro em duas tentativas. Passando pela “Chacina da Lapa”, aonde dois três
dirigentes são assassinados, o PC do B cresceu, influenciando sobremaneira a
política nacional.
”O Partido iniciou, naquela Conferência, a trajetória
que, superando depois as graves ameaças da ditadura militar de 1964, prosseguiu
a trajetória vitoriosa que, hoje, o transformou na referência comunista em
nosso país, com mais de 90 mil militantes, mais de 230 mil filiados, organizado
em todo o país e com uma participação intensa na vida institucional (pela
primeira vez na história, em todos os níveis de governo, da Presidência da
República a governos municipais, do Senado e da Câmara dos Deputados, às
Câmaras de Vereadores), no movimento social (entre as mulheres, negros, jovens,
associações de moradores, etc.) e na vida sindical, intensificada com a
construção da Centra dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil”.
Uma trajetória vitoriosa!
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