segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Nô Pedroza, o nosso Diógenes de Sínope!



Nô Pedroza, o Anarquista da Praça Pedro II, histórico e lendário camarada de tantas lutas, aos 77 anos, foi brutalmente assassinado em Maceió no dia 23/12/2017.

Não sabemos os detalhes deste crime, os motivos, nada, por isso, o governo Renan Filho, tem obrigação moral em desvendar e mostrar a sociedade os responsáveis por este ato de barbárie!

Nô Pedroza era um despossuído, sua casa não tinha portas, sua vida não tinha portas!

Conheci Nô ainda na década de 1980, sempre do mesmo jeito, andarilho pela causa do bem comum, concordasse com elas ou não, da forma como ele viveu e tentou aplicar sua filosofia de vida, todos na esquerda tinham simpatia por ele!

Passar no seu "escritório", que era a Praça D. Pedro II, com seu anexo na Biblioteca Pública, era ao mesmo tempo conhecer a história de Alagoas, narradas de forma provocativa as elites reacionárias alagoanas, como também ouvir dele que o “conjunto da esquerda está se acovardando”, para ele, a “Revolução Social estava sempre na próxima esquina”!



A cada geração que ele mantinha contatos, sempre colocava a tese da mudança social, como também criticava de forma áspera a sociedade consumista!

Nô Pedroza foi sempre um autêntico revolucionário, primeiro, comunista no PCB, com o golpe de 1964, rompeu com o Partidão, assumiu o Anarquismo, fez das praças e ruas sua tribuna, sem regras, sem nada, foi assim, que construiu sua história, longe dos aplausos e dos holofotes, tão comum para os pavões da politica, seja de tendências à esquerda, direito ou de centro.·.

Nô Pedroza viveu como Diógenes de Sínope (413-323 a.C.), que foi aluno de Antístenes (discípulo de Sócrates), que tinha uma linha de pensamento Naturalista, sua escola é o próprio mundo, ágoras, praças públicas, sem bens materiais, sem riquezas, sempre a destilar pérolas contra as elites reacionárias e o que era regras impostas de um mundo hipócrita!

Maior propagandista do "cinismo", ao contrário da acepção moderna e vulgar da palavra para o cinismo, o objetivo essencial da vida era a conquista da virtude moral, que somente seria obtida eliminando-se da vontade todo o supérfluo, tudo aquilo que fosse exterior ou bens materiais.



Tal qual Diógenes, assim viveu Nô Pedroza, procurando homens e mulheres honestas para a sua causa, parafraseando o pensador grego, como nunca encontrou tais humanos perfeitos, preferiu viver com os humilhados do parque!

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