quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Democracia ameaçada!



O que falar ou escrever em épocas em que todo mundo fala e escreve o que quer, sem o mínimo de critérios para afirmar aquilo que às vezes parece ser verdadeiramente o que pensam.

As reproduções de asneiras soltas nas redes sociais impressionam e ao que parece não se consegue contradize-las, parecem verdades, mas não são, querem reinventar e recontar a história a partir de análises mentirosas propagadas aos montes, nada daquilo que se passou é de fato o que aconteceu, pelo contrário, passa a uma nova narrativa, como ficamos então?

Acredito-me, existe algo maior por trás disso tudo, algo pensado, elaborado, ganhar as pessoas em grandes quantidades usando ferramentas em que elas acreditam sejam corretas e honestas. Segundo pesquisas, o brasileiro é um dos que mais acreditam naquilo que são postados nas chamadas redes sociais. Esse tipo de comportamento facilita e muito as mudanças de comportamento das pessoas sobre determinados temas.

Muita gente acredita que o Egito não fica na África simplesmente pelo fato de os africanos não teriam condições de construir o império como aquele, com pirâmides e templos majestosos, com uma religião que é à base de todas as outras.

Muita gente acredita que a África padece da miséria porque os seus habitantes são atrasados culturalmente e que as influências estrangeiras, principalmente a europeia fez somente ajudar aqueles povos que viviam em um atraso secular.

Talvez aqueles que pensem assim não se incomodam com o fato de que os civilizados europeus mantém um altíssimo padrão de vida porque matou, roubou e espoliou os povos africanos de norte a sul sem nenhuma pena.

A colonização francesa, tanto quanto a britânica e a portuguesa, foi voltada a arrancar recursos naturais dos africanos, sem qualquer tipo de direito ou privilégios.

No Congo, os belgas promoveram um massacre estimado em mais de 6 milhões de pessoas.

No que hoje é a Namíbia, a Alemanha exterminou etnias para roubar terras e transportou cabeças decepadas para Berlim para desenvolver a pseudociência que “provava” a superioridade dos brancos.

Os campos de concentração nasceram na África do Sul, quando os britânicos se impuseram sobre outros brancos, os colonizadores bôeres.
” (Luiz Carlos Azenha. Artigo Conta Matemática, Tribuna Independente, 25 e 26 de dezembro de 2018).

Por isso, hoje assistimos em salas de aulas, adolescentes perguntarem se nazismo foi de esquerda e que a Venezuela é um país comunista. Uma pena, mesmo que hoje eles sejam através das redes sociais instados a ler ou ouvir um decrépito como Olavo de Carvalho, fica claro a tentativa da bestialização do conhecimento.

Nada contra uma pessoa ser de direita, mas que seja ao menos estudioso do tema, mas hoje no Brasil e em boa parte do mundo, lembremos que esta orquestração é global, é disseminar as mentiras que atinjam o objetivo principal de fazer uma confusão enorme nas pessoas no que tange do que é certo defender ou aprovar para seus países.

Existe uma onda conservadora global, fato, em alguns países se levantam vozes a favor de uma nova democracia que mesclam posições autoritárias e com alguns elementos ditatoriais.

Aqui em nosso País, foi uma sequencia de informações via redes sociais que formou boa parte da população para odiar o PT como tabela todos os partidos de esquerda ou mesmo minimamente progressistas.

Tudo que fosse relacionado a comunistas, socialistas, democratas ou socialdemocratas passou a ser hostilizado e demonizado por uma parcela da população, principalmente os setores de classe média e religiosos de diversos matizes.

Evidente que aqueles que estiveram no poder em nome da esquerda, erraram o bastante para não perceber que havia uma onda conservadora e nunca fizeram um contraponto com suas ideias para disputar a sociedade. Além do mais tivemos os casos de corrupção, que são inerentes ao mundo capitalista e os setores que governaram o país, principalmente o PT, não se posicionou firmemente para denunciar os malfeitos dos seus dirigentes.

O resultado é que nas eleições deste ano, a ultradireita venceu, com uma plataforma aonde os direitos sociais serão atacados, cumprirão os ditames do mercado de forma cabal. Hoje se dissemina uma campanha contra o STF, vão procurar desmoralizar esta instituição, para se cumprir o que eles querem aprovar e não haja vozes discordantes.

O Congresso Nacional será chantageado com perspectivas golpistas, o povo dará apoio a tudo isso, com a visão de que as coisas precisam mudar, vão aprofundar um processo ditatorial neste país, mas isso não foi algo montado por acaso, foi pensado e elaborado para acontecer assim mesmo, a nossa democracia está ameaçada!
sexta-feira, 23 de novembro de 2018

A Nova Inquisição, sobre os preceitos da Pilantragem da Fé!



Já tinha escrito por aqui, o Brasil caminha a largos passos para o obscurantismo mais perigoso, o religioso! Sobre a chancela de evangélicos picaretas, o presidente fascista coloca a frente do MEC, professor conservador, o Sr. Ricardo Vélez Rodríguez.

Segundo a ótica destes evangélicos e do próprio professor, dito em uma carta depois de ser indicado ao cargo de Ministro, que o Brasil e suas escolas servem de laboratório do “marxismo cultural”!

Ser crítico agora é ser marxista, quem dera que nossos professores, fossem todos marxistas, mas não é isso, o que eles pregam de forma raivosa é a tentativa mais do que clara de implementar suas ideias conservadoras e mentirosas a respeito de um deus que cura e faz milagres, quando na verdade o que está por trás é uma soma vultosa de muito dinheiro!

O que eles querem é dizer que a sociedade e a família correm perigo com este “marxismo cultural”, por isso a necessidade de mudanças nos rumos da educação. A chamada “Escola sem Partido”, ou melhor, dizendo, a Lei da Mordaça, são de fato aquilo que eles querem implementar, calando a voz dos professores críticos.

Apegam-se a ideologia de gênero, mentem desgraçadamente todos os dias em suas rádios e TVs, livre dos impostos, estas máfias religiosas, propagam que os professores ensinam as crianças opções sexuais, isso é uma farsa, o que se ensina é o respeito às diversidades, ou não iremos respeitar?

Cristãos de meia tigela vivem a usurpar do povo desesperado com chantagens materiais de uma vida de riqueza, claro, se estes “crentes”, pagar direitinho o seu dízimo e outras coisas mais, como pagarem pelas águas do rio Jordão ou os espinhos da coroa de Jesus Cristo, um embuste, se morássemos em um país sério, estes larápios estariam atrás das grades!

Pois então, com o beneplácito destes setores, para além do conservadorismo, está a pilantragem da fé, que trás ao fundo um protagonismo em colocar inclusive a própria Igreja Católica para trás, pregam abertamente que estes marxistas culturais têm que sumir do mapa!

Daqui a pouco baixam o Index, não duvidem que daqui a pouco, em todas as escolas do país e universidades adotará livros com a visão apenas criacionistas, que a terra é plana e que descendemos mesmo de Adão e Eva!

E ai daquele professor ou professora que não adotar tais teses, a muito superada pelo homem, até mesmo pelos setores burgueses depois da Revolução Francesa de 1789, a Santa Inquisição as avessas está sendo gestados, todos nós pagaremos na fogueira a nossa ousadia de combater tais loucuras!

A realidade para além das anedotas e piadinhas, é preciso unificar a luta para além dos professores, precisamos alertar a sociedade o mundo de insanidades em que estamos entrando, unificar as varia categorias é o mais importante, a lutas pelas ideias é o combate também a ser travado, fundamental para ganhar a consciência do povo! 

Voltaremos à época anterior a Galileu Galilei? O que dizem os intelectuais de cátedras, omissão ou se levantarão a combater esta aberração ideológica, o tempo e a história são implacáveis, por isso o rechaço tem que ser imediato ou perecemos todos!

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Ainda sobre Cuba e seus médicos, uma história de amor aos mais pobres!



Médico brasileiro, negro, pobre, formou-se em Cuba, continua a trabalhar e viver no mesmo local aonde chegou bem pequeno, em Cidade Tiradentes, periferia abandonada da cidade de São Paulo!

A história do médico Roberto Jaguaribe Trindade, que atende 36 pessoas na UBS (Unidade Básica de Saúde), de Cidade Tiradentes.

Com 15 anos começou a trabalhar, mas deixou de estudar a noite, fez o primeiro vestibular para medicina e perdeu, mas não desistiu. Encontrou no Educafro, imagino o que pensa a nossa classe média, branca e elitista com um cursinho assim, bancado pela comunidade carente, adjetivos não faltará para denegrir tais iniciativas!

Ele confirmou na Folha de São Paulo desta segunda, 19/11/18, nem a mãe acreditava na possibilidade, imagina a sociedade como um todo. Até professores diziam impossível à tarefa em fazer medicina algum dia!

Mas não é que aparece uma proposta para lá de arretada no cursinho, o governo Socialista Cubano, oferta duas vagas para fazer medicina na Ilha, ele disputa a vaga e passa, sua vida mudará de vez.

Sai do emprego, com o FGTS dos anos trabalhado compra a passagem, é o último dinheiro que vai gastar para viajar, porque o restante o governo cubano dará, como faz com todo alunado de lá, esta é uma diferença excepcional, por isso eu entendo a raiva daqueles que vê Cuba como algo nocivo, garante que para os trabalhadores ela não é nociva, existe um governo que cuida e muito bem do seu povo, Educação, Saúde e Segurança na Ilha, é completa.

Pois então, está lá, dito pelo próprio Roberto teve uma faculdade gratuita, material, uniforme, casa, comida e roupa lavada, tudo subsidiado pelo governo Cubano, que coisa hein!

Acredito que ele optou em viver no mesmo lugar aonde cresceu, na periferia da cidade de São Paulo, pela formação que teve tanto da sua própria vida sofrida, para dar o exemplo a outros meninos e meninas, mas também, pela formação social composta da educação em Cuba, essa é a diferença entra a Ilha ainda rebelde, com relação às economias capitalistas e individualistas que a rodeia, intimidando, comprando falas e narrativas para combater o seu ideário correto da afirmação socialista!

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Médicos cubanos e as provocações fascistas de Bolsonaro!





É simples assim, ou as palavras provocativas do fascista Bolsonaro, usando de trocadilhos, diz que os médicos cubanos trabalham como escravos no Brasil, isso porque o governo cubano retém 70% dos salários destes médicos.

Falácia fascista, mentirosa, ou ignorância? Mas neste caso do Bolsonaro não é ignorância, ele quer provocar as esquerdas e por tabela criar uma situação em que o coloca e o filho dele, o Eduardo Bolsonaro na linha de frente no combate ao comunismo cubano, por tabela se parecer os melhores lambe botas de Trump na América Latina.

Nunca vão entender Cuba e seu socialismo, até o Padre eterno foi lá e já compreendeu, mas uma parcela significativa de nossa sociedade, inspirada no radicalismo religioso, surta coletivamente num histerismo nunca visto, contra os médicos e cubanos e mais que isso, contra o regime cubano.

Os médicos cubanos foram e são formados no espírito coletivo de servir a humanidade, para desgosto, raiva e ódio ressentido da classe média brasileira, que tomando as dores dos ricos e grandes capitalistas vociferam contras Cuba e seus propósitos!

Foi Ernesto “Che” Guevara, sim, ele mesmo, médico argentino, revolucionário internacionalista, que planejou em primeiro a lugar a lógica dos “Mais Médicos”. Depois da gloriosa revolução cubana, o novo governo constatou que na Ilha faltavam médicos, a maioria deles, foi embora com a canalha dos Batistas, indo para Flórida, viver como sempre viveram na ilha, de forma nababesca, utilizavam à medicina como muitos aqui ainda usam, para deleite pessoal, status social, menos servir os mais carentes!

Este programa interno se ampliou e os médicos cubanos, resultado de uma medicina avançada, reconhecida até pela insuspeita ONU, como algo superior, padrão que devia ser implementado em todos os países do mundo, como uma referência importante em salvar vidas, hoje é uma realidade em ajuda humanitária em vários países do mundo, como no Brasil, por exemplo!

Como qualquer programa ele precisa ser financiado, peguemos os “Médicos Sem Fronteiras”, governos, população e outras instituições, financiam o programa destes médicos, uma ação importante, ninguém fala como estes médicos vivem ou sobrevivem, no entanto, para os cubanos no Brasil, a virulência da direita e dos neofascistas beira ao histerismo.

Cuba forma médicos, com a educação socialista, com uma visão social avançada, aonde o dinheiro não é o mais importante, sim o atendimento aos pobres dos mais pobres. Os tais 70% que ficam retidos em Cuba, serve para formar novos médicos e médicas, investir na melhor Escola de Medicina das Américas, que fica em Havana, por isso a lógica dos contratos.

Lembra-se de 2013, quando colunas de médicos brasileiros foram aos aeroportos vaiar e intimidar os médicos cubanos? Pois é, teve gente da classe média ou da alta burguesia, impregnados pelo ódio ao regime socialista cubano, diziam e bradavam em alto e bom som, que eles não eram médicos, sim guerrilheiros para fazer a revolução no Brasil, até aonde chegamos!

Se fossem os médicos Norte-Americanos que chagassem por aqui, os médicos daqui estendiam um tapete vermelho para a sua chegada, alguém tem dúvidas disso?

Mas os cubanos, a maioria negra e de um país rebelde, foram hostilizados, questão de classe e de racismo de nossa sociedade. Teve aquela madame riquiquifi, que olhou para uma médica negra e disse que parecia com uma secretária do lar, isso tudo foi noticiado na imprensa brasileiro naquele ano de 2013, mais explicito impossível!

Não entender isso é pura ignorância politica, sabendo que Cuba, passa por bloqueio criminoso a mais de 56 anos, organizado pelos Estados Unidos, que tentam de todas as formas em solapar um governo popular, que tem como princípios o socialismo em debate aberto com a sociedade.

Tem seus descontentes, claro que tem, mas inventam um monte de mentiras, pagam a peso de ouro pessoas de Cuba (CIA e outros programas de governo dos Estados Unidos), para solapar o Estado Socialista Cubano, mas não conseguem, encontram um povo unido ideologicamente, vigilantes ante ameaça permanente do império do Norte.

Para os Bolsonaros, tentar ser referencia da direita latino-americana, aproveitando o vácuo deixado pela direita tradicional, é imperativo que cumpram este papel de vassalagem com relação ao governo de Donald Trump, para se cacifarem em relação aos grupos de direita e ultra direita pelo mundo afora.

Este novo governo eleito que ainda não tomou posse no Brasil, mas que vem causando esta avalanche de medidas, o que prevalece entre eles é a defesa intransigente em acabar com todos os programas de apoio aos pobres e a população mais carente do Brasil, que dizer a maioria do povo brasileiro!

A nossa elite, inclusive a que se diz intelectual, cumpre o papel de apoio, com um falso discurso, mentiroso em que afirmam que estão se livrando do socialismo. Nunca os governos petistas, com seu aliado de primeira hora, o PC do B, propuseram nem de longe algo parecido em nosso país.

O debate começado pelo presidente Jair Bolsonaro foi ideológico, provocou a saída dos médicos cubanos, dizendo que é contra a “ditadura” cubana, dizendo que eles trabalhavam de forma análoga a um escravo, disse que eles não eram médicos, não tinham capacidade de atender ou consultar nenhuma pessoa.

Mas espera lá, no mesmo instante em que provocava os médicos cubanos e seu governo, Bolsonaro disse que dava abrigo político aos médicos cubano, que pagaria seu salário total, quer dizer, agora os médicos terão a validade na qual ele cobrava anteriormente porque eles são formados por universidades estrangeiras, a verdade é uma só, o novo presidente não esta nem aí para os que precisam da medicina preventiva, quero ver os médicos brasileiros irem para onde os médicos cubanos foram, na lógica atual, acho difícil!







domingo, 4 de novembro de 2018

Na Torre de Babel montada para o Governo Bolsonaro, uma única coisa está acertada, atacar as conquistas sociais da classe trabalhadora!






Na Torre de Babel montada pelo futuro presidente, bastou uma semana para que os encantos iniciais da maioria dos seus eleitores começassem a repensar o porquê de ter dado um voto tão cego a uma candidatura que agora se mostra para que veio, com todas as luzes! Tem em seu primeiro ato, completar a maldade da reforma trabalhista e fazer a Reforma da Previdência, aonde se configura um ataque colossal aos mais pobres deste país, atingindo também os setores médios da sociedade brasileira.

Até a indicação do Moro para a pasta da Justiça caiu mal, por mais que os setores mais impregnados de uma visão ditatorial, que tentam enaltecer o papel do juiz no processo da Lava Jato, ficou mal para o indicado. O Mourão, o Vice que fala sempre, já afirmou, Moro já havia combinado tudo durante a campanha eleitoral.

Então quer dizer que tudo que foi feito com o Sr. Luís Lula da Silva, foi tudo programado para alijar um favorito para ganhar as eleições no primeiro turno? A rapidez a que Moro imprimiu ao processo de Lula, para condena-lo, havia uma suspeita que seria por conta das eleições deste ano, configura agora como verdadeira, uma vergonha tudo isso!

Por mais que uma pessoa, levada pela mídia que demonizou o Lula e seu partido nestes últimos anos, tem que começar a refletir, olha o esquemão sendo desmontado, por eles mesmos!

E a questão da corrupção, o toma lá da cá, o que dizer do futuro Ministro Chefe da Casa Civil, o Onix Lorenzoni, que admitiu receber da JBS dinheiro de Caixa 2 para sua campanha? Ou uma possível indicação de Alberto Fraga, que até um dia desses estava preso na Papuda? Ou ainda o pastor cara de óleo de peroba, o Magno Malta, que anda agora peruar o ambiente dos que venceram atrás de uma boquinha no governo.

Dizem que este ainda senador, pode ser indicado para um novo Ministério a ser montado, o da Família, olha só que onda, vai arrumar uma boquinha para o derrotado Malta, num possível ministério que em tese não servirá para nada!

Antes que alguém ache que estou afirmando aqui, que Bolsonaro e sua tropa sejam fracos, ledo engano meus caros, só que uma semana bastaram para que setores industriais, setores médios da sociedade e até mesmo alguns segmentos das Forças Armadas o veem com preocupação, principalmente nas falas saídas da mansão da Barra da Tijuca, aonde o núcleo duro de sua campanha e agora equipe de transição se reúnem constantemente.

Saem se lá baboseiras diárias, algumas como se estivessem ainda em campanha eleitoral, as velhas bravatas de que o ideal a ser implementado por eles seja o único a ser exaltado. O jornal Folha de São Paulo passou a ser o lixo da vez, a mesma Folha que há dois anos foi fundamental para as elites e para esta turma no impeachment da Dilma Rousseff.

Não tenhamos dúvidas que outras empresas da nossa imprensa capitalista serão demonizadas pelos neofascistas brasileiros, isso não será novidade nenhuma, nessa trajetória insana de chegada ao poder pelo voto, só faltará o incêndio do parlamento e a culpa cair no colo das esquerdas.

Pois então, o setor industrial, que tão burramente apoiou a candidatura Bolsonaro, agora coloca as mãos na cabeça, diante das indefinições econômicas, qual a saída? A julgar pelas conversas ditas por eles mesmos, o Brasil não teria a China como parceira, já que a China é comunista. Para aqueles seguidores do Bolsonaro, que confunde a bandeira do Japão, com o sol vermelho, como algo comunista, romper com a China comunista será fundamental, o único horizonte para este povo, inclusive os eleitos, é ter uma relação de vassalagem apenas com os Estados Unidos da América.

Mas vamos para o mundo real, o maior comprador de carne de frango é a China, logo atrás vem uma parte significativa de países de origem muçulmana! Se romper com a China de fato, nem tendo dois EUA daria para suprir a quebra do setor aqui no Brasil, será que o fundamentalismo ideológico deste povo vai prevalecer ou as relações comerciais irão sobrepor a estes interesses?

Internamente o que se anuncia de maldades é uma coisa de louco, fim do PIS, orientado pela turma do Temer na área econômica, que em parte irá ficar no governo do “mito”, fazendo crer para todos nós, que seu governo vai ser pior que o do Temer, quer dizer, vai ser pior ao quadrado!

Depois do PIS, pode vir o fim do décimo, férias remuneradas, fim dos sindicatos, olha quanto ataque aos trabalhadores. Isso foi dito pelo vice, o General Romão, foi mandado o recado para ele se calar, apenas oportunismo eleitoral. Dois dias depois, ele, Mourão, voltou à carga novamente, contra os direitos dos trabalhadores!

A Reforma da Previdência, menina dos olhos dos governos burgueses e sociais democratas pelo mundo afora, que na prática é acabar com a Previdência Pública, passando todos para a privada, muitos não vão poder se aposentar, vão morrer trabalhando. Uma pergunta, porque não fazem uma auditoria nas contas da Previdência? Não fazem, sabe por que, eles iriam descobrir as fraudes da Globo, Record, da Havan, de quantas mais empresas deste país, que retira do trabalhador o desconto do INSS e não repassa o imposto para o governo.

Muitos que votaram na candidatura do neofascista com raiva do outro lado ou por pura desinformação dessas maldades, serão pegos de surpresas, será preciso muito exercício de paciência para explicar as amplas massas do povo que o que está ai não serve para eles!

Essa onda conservadora terá que ser barrada com muita unidade das forças mais progressistas, mas sem o hegemonismo praticado por alguns, ou amplia no sentido de um programa factual, de fácil entendimento das massas ou continuaremos falando para nós mesmo, como sempre!

A dita lei da mordaça, chamada por eles de escola sem partido, nada mais é uma tentativa de retirar Paulo Freyre das salas de aulas. Ao contrário do que eles pregam, são o fascismo que ganha corpo nas salas de aulas nas escolas do ensino básico.

É preciso ter coragem nestes tempos, agir de forma isolada não será o melhor caminho, unificar as lutas, unificar todos em um programa antifascista, essa é a em minha opinião a saída para enfrentar este futuro governo, anti-povo, antinacional, um governo de lesa-pátria que se anuncia, é hora de resistir e avançar!
quarta-feira, 24 de outubro de 2018

ELEIÇÕES 2018: BARBÁRIE x HUMANISMO, QUAL SUA OPÇÃO?










E chegamos ao ápice final das Eleições Gerais de 2018, com duas propostas em disputa pela Presidência, que em tese, será aquela que dará forma nos próximos quatro anos.

De um lado a proposta do ex-campeão do Exército, parlamentar por quase trinta anos, sem nenhuma participação mais altiva, pelo contrário, se escondeu no submundo do Congresso Nacional. A única pauta de Jair Bolsonaro nestes anos todos foi ser fiscal da opção sexual das pessoas e por último inventou um livro que ele diz que foi entregue nas escolas para incentivar as crianças a mudarem sua opção sexual, uma grande mentira!

A bem da verdade, Bolsonaro ocupou um espaço político da direita tradicional para se cacifar nestas eleições. Desde 2015 já vinha em campanha e foi subestimado por toda a esquerda e setores da direita tradicional. Juntou-se com os ditos evangélicos, hoje este setor fanatizados, pregam uma cruzada mentirosa contra Fernando Haddad para justificar o voto de várias congregações ou denominações religiosas que optam pelo candidato que se orgulha de torturador, como Brillhante Ustra.

Estes evangélicos deviam se envergonhar de ver Cristo na Cruz, tão torturado por pessoas que tem o mesmo pensamento do candidato fascista. Como as instituições deste país vêm sofrendo desgastes sucessivos, rapidamente se apresentou como aquele que vai resolver todos os problemas, como não existe “avenidas” vazias, ele ocupou o espaço e com uma radicalidade e truculência, conseguiu chegar a todas as classes sociais.

Além disso, ameaça toda a oposição, fisicamente inclusive, ou mandando para o exílio ou para cadeia aqueles que por ventura venha contestar, caso ganhe as eleições o seu governo. O engraçado nisso tudo é que o candidato Bolsonaro passou a vida toda bravateando contra sucessivos governos, nunca foi molestado por isso, isso é democracia candidato, parece que nunca aprendeu essa aula de cidadania.

O problema da família Bolsonaro, como bem disse o jornalista Reinaldo Azevedo, é que eles não vão saber ganhar, isso é muito ruim para a nossa democracia, pior do que não saber perder é não saber ganhar!

Os discursos insuflando violências, propondo fechar o STF, varrer com as oposições, com o ativismo social, faz parte dessa turma que quer chegar ao poder, mentindo e escondendo suas reais intenções, iludindo o povo com mentiras, transformadas em milhões de FAKE NEWS, bancada por empresas, que é crime eleitoral, mas o TSE até acovardado não faz nada!

O incrível nisso tudo é que não ouvimos ou lemos nada de mais concreto por parte do candidato do autoritarismo com respeito à economia, educação, segurança ou saúde. Apenas palavras vazias, ameaçadoras, como a do seu vice, que afirmou que 13º ou férias remuneradas são jabuticabas, não duvido, caso essa turma ganhe as eleições, estes assuntos vão voltar à baila, não duvido disso!

Falou também que vai privatizar tudo, agora ele repete isso insistentemente, mas passou boa parte votando igual ao PT contra as privatizações da era FHC. Sobre Educação, a pérola foi admitir a EAD para o Ensino Fundamental, veja o disparate da proposta, só pode ser dito por quem não entende nada na área!

Na Segurança Pública propõem armar a população, se hoje o povo está sem armas, tivemos em 2017, mais de 63 mil assassinatos, imagine com a liberação das armas, vamos entrar de vez na barbárie, quem sabe, no holocausto coletivo!

Na saúde não propôs nada, acho até que vá reduzir os investimentos do SUS, penalizando os pobres dos mais pobres. As características principais da candidatura da extrema direita é apoiar os setores mais ricos da sociedade brasileira, vão ampliar o abismo social!

Já a candidatura do Fernando Haddad, apesar de todos os erros do PT, principalmente no que tange o aspecto da corrupção, quando seus principais dirigentes foram condenados, embora algumas destas condenações foram mais políticas do que da própria justiça em si, apresenta mais solidez no seu programa de governo para todas as classes sociais.

Para o mercado financeiro a candidatura Haddad é mais segura do que a de Bolsonaro, na parte econômica (com relação à Bolsonaro) é de fato um tiro no escuro. O professor Haddad, que foi Ministro da Educação por sete anos do Governo Lula, que refuto como o melhor que país já teve, conseguiu ampliar acessos dos pobres dos mais pobres na universidade, propõem ampliar para o ensino básico ações no sentido de garantir os alunos em sala de aula, tirando-os da ociosidade.

A rigor, neste domingo, temos duas opções bastante claras, ou o obscurantismo e um governo autoritário, com viés fascista, do Bolsonaro e sua turma, ou a democracia representada por amplas forças democráticas e populares deste país representadas pelo Fernando Haddad. Esta é a sua opção meu caro leitor, pense nisso!






quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Barrar a onda fascista!



Uma onda fascista varre o país, uma intolerância sem tamanho, um ódio visceral de certos segmentos de classe média, tudo que para eles for vermelho, progressistas ou lutadores sociais, não merece nenhuma consideração!

Estas hordas de ornitorrincos tem o perfil logicamente conservador, uma parte considerável frequenta igrejas, seja católica, evangélicas tradicionais e neopentecostais. Ensandecidos, não discutem, esbravejam!

Se estas pessoas vivessem na época de Jesus, eu não tenho dúvidas, estaria sentada a direita de Caifas, chefe da religião judaica na época. Existe uma falsa discussão na sociedade, criadas pelos fascistas de plantão, que vivem em ótimas redações, a alardear o caos apocalítico, caso Haddad/Manuela, venha ganhar às eleições deste ano, aja medo desse povo!

Sim, existe uma leniência por parte do judiciário, policia e de setores partidárias com relação às desordens praticadas por estas tropas fascistas, que parte para o desespero de causa, tentam impor uma lógica em que o terror prevaleça.

Historicamente o fascismo se baseou na violência para conseguir o poder, tanto na Itália com Mussolini e na Alemanha com Hitler, chegaram ao poder fazendo o jogo sujo do capitalismo, quando organizava os seus militantes para acabar com greves, invadir partidos de esquerda, sindicatos, espancar intelectuais, isso tudo com a complacência daqueles que podiam barrar a sanha da violência, do ódio, tudo isso que vemos hoje na sociedade brasileira e as ditas autoridades simplesmente acobertam os fatos.

Outro setor que aparece com muita força são os lideres destas igrejas ditas evangélicas, que se dizem cristãs, ilude o povo mais carente com a possibilidade de ficar rico, da cura, puro charlatanismo midiático, mas que também vocifera ódios aos montes, fazendo uma verdadeira cruzada contra o progresso, contra a ciência e tudo que se relacione a liberdade! Não passam de vigaristas, mas chegará o dia que o povo sairá da cegueira, libertando-se das amarras das fantasias e alegorias cotidianas.

Em 2013, quando as manifestações de ruas passaram a condenar a politica como um todo, igualando todo mundo, começa aparecer o dedo do fascismo em nossa sociedade. MBL, Vem pra Rua, Revoltados Online, são os porta-vozes do fascismo no Brasil atual, todos perceberam seus passos, mas pouco foi feito pelo conjunto dos partidos de esquerda, a maioria se calou, foi na onda do movimento e torceu pela normalidade, no entanto, aquele pensamento subterrâneo ganha força, o impeachment de Dilma é o ápice desta turba, quem não se lembra de dois bonecos representando Lula e Dilma enforcados em um viaduto em São Paulo?

Pois bem, não existe dialogo com fascistas, esta ideologia do mal, a história já comprovou, tanto na Itália e na Alemanha, a desgraça que pode fazer as pessoas, dividindo a sociedade, as famílias e as instituições. Mas a história já provou que é possível derrotar esta chaga, que precisa ser extirpada de vez do seio das pessoas, das comunidades. Parafraseando Stalin, com a moral de quem derrotou na guerra estas víboras, disse ele que os Comunistas não querem guerra, mas eis o que disse o Camarada Stalin: “O que farão com os fascistas? Irão conversar com eles? Tratarão de convencê-los? Os comunistas não priorizam os métodos violentos. Não querem, porém, serem pegos de surpresa, e por isso dizem a classe trabalhadora. Preparem-se para reagir com violência a violência dos fascistas”.

Os tiros no Rio Grande do Sul contra a caravana do PT e do Lula não foi um ato isolado, chegou a hora das esquerdas organizarem uma Frente de forças politicas, com patriotas, democratas e lutadores sociais para barrar esta onda do atraso e do obscurantismo! Lembram quando Dona Marisa morreu, até fogos soltaram, as redes sociais, nos bares, no trabalho, no cotidiano, aqueles que namoram o fascismo foi ao êxtase, saboreando a morte da companheira de Lula!

O ataque de um tresloucado ao candidato do fascismo não pode ser comemorado, ao contrário, tem que se combater os atos isolados, não faz crescer em nada a consciência de classe, pelo contrário, só leva a confusão e mais violência!

Percebem, os setores mais avançados da sociedade, aqueles que lutam pela inclusão social, aqueles que pregam que todos podem viver numa sociedade menos injusta, não prega a violência, pelo contrário, estes, são amantes da paz, resumindo, estes setores é que são vitimas da violência!
terça-feira, 28 de agosto de 2018

GLOBALIZAÇÃO E IMPERIALISMO!



Ao longo da década de 80 e começo dos anos 90 do século XX, o imperialismo levou a cabo profundas mudanças na economia, na produção e organização do trabalho: medidas exigidas imperiosamente para fazer do setor parasitário um dos mais lucrativos em todos os tempos, que é o setor financeiro. Em pleno século XXI, continua o setor parasitário a garantir lucros espetaculares. Ao povo trabalhador são dados apenas os farelos deste grande bolo, que os setores elitistas abocanham de uma só vez.

Essa política, que teve as suas maiores expressões mais conhecidas nas figuras de Margareth Thatcher e Ronald Reagan, nas décadas de 1980 e 1990, que representavam os governos da Inglaterra e Estados Unidos respectivamente. Aqui na América do Sul o precursor da política neoliberal foi o então Ditador chileno, Pinochet. Esses planos e as mudanças que ocasionaram só foram possíveis por duas razões: a capitulação total dos diferentes governos burgueses. Aqui no Brasil com Collor de Mello, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.

Aos poucos e de forma consistente, os setores socialdemocratas e os reformistas impuseram a classe operária sucessivas derrotas, tanto para não mexer no regime democrático burguês e seu calendário eleitoral, quanto por acharem necessário que as mudanças poderiam vir por dentro do regime, fazendo pequenas alterações no sistema capitalista, mas apenas com o sentido de aprimora-lo” e não destruí-lo.

Estes setores do reformismo e da Socialdemocracia estiveram no poder a partir de 2003 até o golpe sofrido em 2016, fizeram algumas mudanças na política econômica, que foram essenciais para as mudanças na conjuntura, mesmo assim, a elite, tanto local, como a elite internacional, não aprovavam as concessões aos mais pobres, isso vai levar ao golpismo e a criminalização das esquerdas no país.

Essa conjunção de fatores tem levado a classe trabalhadora no mundo inteiro a sofrer terríveis consequências no seu padrão de vida. Cada vez mais vamos encontrar pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza em condições mais miseráveis do que viviam antes.

Os planos neoliberais implementados em quase todos os países do mundo, principalmente os ditos “emergentes” é parte do plano dos governos imperialistas em manter em seus países, e, sob a lógica do capital, a aumentar cada vez mais os seus lucros, e, principalmente, manter essa suas hegemonias por meios da economia ou da guerra aberta como foi recentemente na Síria.

Hoje em dia arrasam o Iraque e o Afeganistão para controlar as imensas reservas de petróleo desses dois países. Saddam Hussein foi uma desculpa esfarrapada de George Bush para ganhar a opinião pública mundial. Hoje em dia os EUA, o verdadeiro império do mal, aponta suas garras para a Venezuela, Coréia do Norte e Irã para continuar sua sanha assassina e dominadora. Para que o leitor tenha uma ideia, como o processo de globalização é uma política de terra arrasada, com seus efeitos econômicos perversos, hoje, no mundo, apenas 358 multinacionais, oligopólios, monopólios e grupos familiares detêm a renda total de 45% do que é produzido no mundo inteiro.

No caso brasileiro a situação é pior, por conta das contradições históricas alimentadas ao longo dos séculos por sua elite dirigente. Informa-nos o Atlas da exclusão social, belíssimo trabalho sobre os ricos no Brasil, o nosso país, possui uma população estimada em 200 milhões de habitantes e apenas cinco mil famílias são portadoras de riqueza equivalente a 2/5 de todo o fluxo de renda gerado pelo país no período de um ano. Isto que dizer que estas cinco mil famílias detêm em volume patrimonial o equivalente a 42% de todo Produto Interno Bruto do país.

Nesse caminhar, o mundo logo entrará em uma grande depressão. O crash de 1929 que abalou as estruturas do mundo capitalista poderá se tornar uma festinha de criança diante do caos que advém da ganância capitalista nos dias atuais. Países como EUA vivem sempre para explorar os países periféricos, e mantém uma eterna vigilância quanto à aplicação desses planos pelo mundo afora.

Os governos dos países imperialistas articulam uma série de ações coordenadas. No final do século XX, foi implementado um plano para salvar os bancos japoneses com quase 600 bilhões de dólares, 10 vezes o valor do plano Marshal no pós-guerra, para recuperar as economias europeias.

Mesmo assim, isso não dá para os imperialistas dormirem em paz, a um descontentamento cada vez maior entre os setores do povo, principalmente os trabalhadores, que perderam significativas partes dos seus salários e rendimentos.

Diferente dos ricos, que cada vez mais ficam ricos. Mesmo que não tenham ainda um caminho, uma direção confiável e consequente que possa leva-los a uma vitória diante do imperialismo e do capitalismo, que infelizmente, continuam dando as ordens no mundo, mas é saudável ver que homens e mulheres se levantam e construam seus organismos de luta para combater todos os setores que querem a continuação destas políticas nocivas para a maioria do povo.

Só para lembrar aos que acha que estas crises não respingam por aqui, o receituário é o mesmo, ataque indiscriminado contra o setor público, como se fosse o responsável pelas crises, a turma privatista e entreguista tentam retirar conquistas históricas dos trabalhadores, como foi o caso da Reforma Trabalhista, Fazendo um paralelo com a situação mundial, nós observamos a similaridade do receituário neoliberal. Só com muita luta e unidade de ação para reconquistarmos os nossos direitos.

José Nivaldo Mota- Professor de História e Presidente em Exercício do Sinpro/AL

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

O Comunismo é a esperança da humanidade!



O que me deixa pasmo nestas conversas no Facebook ou em outros lugares nas redes socais, é com o nível de desinformação das pessoas com relação ao socialismo. Em primeiro lugar, o pensar socialista vem da natureza em se olhar, no mundo que nos rodeia em que nível se encontra as relações de produção e como isso é distribuído. Pela análise de muitos ali, de fato eles comungam da tese apocalíptica do Cabo Daciolo, a América do Sul está prestes a se transformar na URSAL.

Analisando o tema, se na história da humanidade, desde os primórdios, o homem passou pelo comunismo primitivo, pelo escravagismo, feudalismo e atualmente vivemos majoritariamente sobre a experiência do capitalismo a nos reger, natural até pensarmos sim na possibilidade de um regime que possa substituir o capitalismo, que já nasceu e consolidou-se sobre a premissa do lucro e da exploração do homem sobre o próprio homem.

Mas ao pensarmos que de maneira natural teríamos como forma de sistema econômico ou de governo, a substituição do capitalismo, isso é de um erro colossal. Evidente que já tivemos experiências com um terço da humanidade sob a égide socialista, mas ela não segurou a onda liberalizante de agentes externos e internos em seus respectivos países para fazer frente a colossal propaganda do capital.

A transformação do feudalismo para o capitalismo ainda se processa, segundo István Mészáros, filósofo marxista, no livro “Para muito além do capital”, pode-se afirmar que o capitalismo tem uma experiência de mais de mil anos, entre nascimento das relações de trocas com obtenção dos lucros, até a sua consolidação pós Revolução Industrial na Inglaterra e Revolução Francesa, quer dizer, vivemos ainda os aprofundamentos do capital em larga escala, agora vivemos a 4º Revolução Industrial, com a nanotecnologia, aonde vamos parar, ninguém ao certo poderá dizer!

O que sabemos desde já, que com estes tantos anos e séculos, o capitalismo não resolveu os problemas mais centrais da humanidade, continuamos em grandes ebulições, em guerras de rapinagem, promovidas pelas grandes nações capitalistas, insaciáveis pelos lucros e obtenção de mercados.

Vivemos o período das grandes desigualdades sociais, aonde os 1% mais ricos no Brasil possuem mais de 47% de toda a riqueza dos outros 99% da população. Não podemos achar isso uma coisa normal, mostra de forma cabal quanto o capitalismo, este sim, nunca deu certo para a maioria da população.

No mundo, 347 famílias, tem o acumulado correspondente a 53% de toda a riqueza global, quer dizer que nós todos, os que sobram deste seleto grupo, que procurem se agarrar com os outros 47% da renda do mundo. Alguém já imaginou sete bilhões de seres humanos, se engalfinhando para colocar na mesa de casa o café matinal, almoço e janta? Por isso que no mundo observamos tantas misérias, ai os sabichões do pedaço vem dizer que os grandes culpados disso tudo são os comunistas ou socialistas do mundo, faça-me o favor pessoal!

Que os que construíram o socialismo, desde a experiência da Rússia em 1917, cometeram erros, eu não tenho dúvidas disso, mas daí achar que esta experiência foi superada a uma enorme diferença. Pelo contrário, o socialismo é a possibilidade de que a humanidade tem em não ir para a barbárie, para o holocausto final, os capitalistas bailam no abismo, mas se forem cair neste abismo, não tenhamos dúvidas disso, levará a humanidade inteira com eles!

Como bem disse o economista Frederico Mazzucchelli, para a revista Princípios, de maio/junho de 2018, “os ideais que estão escritos na Revolução Burguesa- Liberdade, Igualdade e Fraternidade- foram apropriados pelo capital, mas o capital produz o contrário disso. Ao invés da liberdade, o que há é a ficção jurídica de que o trabalhador é livre, pois na verdade, ele não tem nada, a não ser a sua força de trabalho. Tampouco há igualdade, uma vez que a renda está mais concentrada”.
























quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Eleições: Alianças e possibilidades!






E as eleições deste ano no Brasil, eleições gerais, caminham ainda muito mornas, apesar dos lances políticos de cada força do país, tentando capitalizar os holofotes para as suas posições.

No campo da direita hoje posta, tanto a parte do tucanato, que refuto a candidatura que possa atrair o mercado e com ele todo aquele segmento golpista, como a mídia e parte do judiciário. Mas neste campo vamos encontrar também o MDB com Henrique Meirelles, cumprindo a sina de ter que defender Michel Temer e suas políticas antinacionais, que vem levando o país à bancarrota, com o desemprego nas alturas, um governo odiado pelo povo, segundo pesquisas confiáveis com quase 90% de impopularidade.

Digamos que estas duas candidaturas sejam a direita que o mercado possa apostar, com maior equivalência com Geraldo Alkmin. A candidatura do ultradireitista, xenófobo, racista e belicista Bolsonaro, sempre será colocada por setores mais racionais do Brasil como uma ameaça para o Brasil. De fato, esta candidatura, ameaça à democracia, deixaram o ovo da serpente se chocado por longo tempo, agora que se torna uma ameaça real, para todas as vozes se levantam para combater o fascista da hora!

Não quero gastar tintas com esta figura abjeta, mas as forças políticas do Brasil, que produziu o golpe, foram aliadas e deu corda para esta lástima, uma figura sinistra, sem conhecimento de nada, que discursa para o senso comum, aproveita a crise que vivemos, tanto moral como de autoridade para disseminar ódios e dizer que vai liberar o mata-mata! A maioria de quem eu converso, daquelas pessoas que dizem que vai votar Bolsonaro, o único desejo explícito é que com ele no poder, as armas serão liberadas, como se isso fosse garantia da vida!

Mas creio que esta candidatura sinistra não chegará nem ao segundo turno, a sociedade brasileira é avessa as radicalidades, seja da esquerda, seja da direita!

Ciro Gomes ficou isolado com as movimentações petistas, que tirou o PSB do jogo eleitoral para a presidência da República, o partido socialista não terá apoiará nenhuma candidatura a presidente, em contra partida, ficou livre para fazer alianças estaduais, mas a mais importante foi em Pernambuco, aonde o PSB domina há décadas a política local. Com o acordo, a petista Marilia Arraes, foi escanteada e não disputará o governo local, era o empecilho que faltava para o PSB saltar fora do barco do PDT e deixar Ciro sozinho.

A candidatura de Manuela D’Ávila do PC do B cumpriu o papel mais importante do processo eleitoral até aqui. Sempre antenada com o momento político atual, de gravidade e ameaçado a democracia desde o golpe de 2016, o PC do B e Manu, assim chamada carinhosamente não somente pelos militantes do glorioso partido de 96 anos, mas por toda a população, que começava a admirar uma mulher de luta, com ideias extremamente avançadas e que de maneira bastante madura, (re)colocava como saída para crise que estamos vivendo, desde a perspectiva do emprego, de uma nova capacidade de crescimento econômico.

Pois então, foi esta candidatura, que semeou o tempo inteiro para que o campo progressista pudesse sair unificado, brigou no bom sentido que não era hora de uma desunião das forças democráticas e patrióticas.

Quando esgotada todas as possibilidades, o PC d B compõem com o PT e outras forças, no que ficou conhecido como o “Tríplex da campanha eleitoral”, Lula candidato, até aonde puder ir, caso o TSE ratifique sua inelegibilidade, Fernando Haddade assume a condição de timoneiro do processo, tendo Manuela D’Ávila com Vice-Presidente.

Neste momento foi o possível a se fazer, estas forças todas, tem que ter a maturidade suficiente para não cair na tentação das acusações mútuas, necessário preservar e direcionar os ataques para quem promoveu o golpe e não se esquecer de mirar o candidato fascista com seu vice mais que racista.

O que setores da esquerda, como os setores ultras não percebem e nunca vão perceber, em momentos como esse, de difícil quadra política, o essencial era a união de todos em cima de um programa mínimo, onde as garantias democráticas estivessem em primeiro plano. Mas não, os sectários de sempre sabem que é impossível um plano máximo, exigem para fazer proselitismo para as suas pequenas e minúsculas bases, se fecham em sim mesmo, não saem da redoma de vidro e não consegue enxergar um palma a frente!

Aqui em Alagoas é um exemplo disso, as críticas ao PT e PC do B porque compõem com MDB local, é não fazer a leitura correta do momento que estamos passando. Uns vem com o argumento de que estas posições é uma desgraça, o correto seria fomentar um grande acordo para que a esquerda puro sangue pudesse sair sozinha. Em outros momentos históricos já fizemos isso, e, diga-se de passagem, em momentos melhores, o resultado não foi bom, à direita oligarca mais reacionária assumiu o poder, para tira-la de lá, foi necessário uma curva maior, um alargamento eleitoral maior, nunca compreendido por estes setores mais sectários e esquedóides.



domingo, 29 de julho de 2018

SÓ A LUTA MUDA A VIDA!






O imperialismo é o prelúdio da revolução socialista (Lênin, tomo XIX, pág.

71, prefácio de o Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo).




Começo este pequeno artigo, com o pensamento voltado para compreensão

dos fatos que nos rodeia, com uma enorme confusão política instaurada em

nosso país, consequência do fim aparente de um ciclo politico iniciado em

2003 com Luís Inácio “Lula” da Silva e o Petismo.


Com o impeachment de Dilma, sacramentou-se a agonia de quase dois anos,

de intensos ataques e bombardeios midiáticos, combinado com uma forte

presença de um seguimento do judiciário, policia federal e outros, que

colocaram na defensiva não somente um governo, mas também todo um

pensamento de esquerda e progressista.


Apesar da contra ofensiva burguesa e do próprio imperialismo mundial,

capitaneados pelos Estados Unidos, os setores burgueses/conservadores,

encontram uma forte resistência dos povos do mundo inteiro, que não

querem ser submetidos a um novo colonialismo, por isso lutam, não existirá

paz no mundo enquanto o capitalismo existir!


A necessidade de uma reorganização e fortalecimento do comunismo a nível

internacional é uma necessidade histórica. A luta se dá a nível internacional, seja aqui no

Brasil, seja na Inglaterra, Iraque, Síria, Nicarágua ou Venezuela, é preciso

unificar os setores mais avançados da sociedade, com os comunistas na

primeira linha deste chamado, precisamos ganhar as consciências das mais

amplas massas do povo!


Voltando para a nossa conjuntura política, com o golpe dos setores mais

atrasados, conservadores, que beira o fascismo em alguns casos, quando do

impeachment de Dilma, quando o campo político, vitorioso em 2002, desface

com uma rapidez incrível! Se havia um centro na política neste período, ele

foi ganho com todas as malas e cuias em 2016 para a direita mais

conservadora.

Hoje sabemos que este “Centro” na política brasileira é

formado por escroques, vigaristas de quinta, ladrões do erário, a imundice da

política em seu grau mais destacado e degenerado.


Os setores golpistas, não consegue governar com tranquilidade, a crise

política e financeira não foi fechada e está  longe de um desfecho favorável

aqueles que usurparam 54 milhões de votos do povo brasileiro.


Numa primeira sondagem para 2018, vê-se que estes setores não tem sequer uma

candidatura competitiva para eleições presidenciais.


O PT, partido radical da socialdemocracia brasileira, com todos sabem, foi

acusado de toda forma de corrupção, seus principais líderes foram

praticamente desmoralizados via mídia e por um judiciário seletivo.


A derrota eleitoral do PT nas eleições municipais de 2016, evidenciava uma

conjuntura muito difícil para o PT, embora as pesquisas indiquem uma vitória

de Lula em 2018, mas precisamos separar as coisas, Lula é um mito, uma lenda e está acima do

petismo, preso, será candidato mesmo? É possível uma Frente de Esquerda ou uma Frente

Ampla, mas com qual programa?


Mais que derrotar grupos conservadores ou o candidato da ultra-direita, que

prega o ódio, é derrotar à agenda perversa e conservadora, que está sendo

imposta pelo governo fantoche das elites e do imperialismo estadunidense.


Mas ao que parece, todas as direções do movimento obreiro em nosso país,

joga toda a estratégia para as eleições gerais, no momento atual  a luta passa por estes caminhos, 

neste campo eleitoral, mas,  por exemplo,  às centrais sindicais não mantiveram  o ímpeto da Greve

Geral vitoriosa em 2017.

Foram aos gabinetes negociar suas sobrevivências, mas com golpistas não tem diálogos, não

tínhamos o direito de retroceder, devíamos ter implementado mais radicalidade na luta, derrotar o

governo Temer, a mídia golpista e um judiciário partidarizado, este era o caminho!


Caminho das ruas, das mobilizações, da entrega total dos militantes, no entanto, tudo foi jogado para

2018, do nosso lado, para reavermos as conquistas retiradas pelo golpista de plantão, não será como

um toque de mágica, ou alguém aqui acha que o cenário do Congresso Nacional modificará

radicalmente? Infelizmente ainda será composto de reacionários e vigaristas, bandidos, de tudo que

não presta!

Mobilizar e ocupar as ruas, este será o cenário com quem ganhar as eleições, porquê só a luta, muda a

vida!

quinta-feira, 19 de julho de 2018

E a vida segue...



E a vida das pessoas continua sendo tocadas sem muitas alterações, embora a economia na “Era Temer”, cada vez mais aprofunda a crise, com os indicadores sociais nos mostrando a queda do PIB, aumento do desemprego informal, cortes orçamentários na Saúde e nos Esportes, enfim, um caos que já era bastante previsível desde que esta quadrilha assaltou o poder.

Apesar de tudo isso, acrescentado ao fato que a corrupção, endêmica em nosso país, e a sensação que temos é que só aumentou , foi uma das campeãs de audiência neste período deste governo golpista e que em todas as pesquisas é o mais odiado pela população brasileira.

No entanto, a massa de trabalhadores, sejam eles informais ou formais, não se movem, não entram no cenário da luta. Nestes quase dois anos de desgovernos, o grande momento que tivemos foi a Greve de Abril de 2017, como marco barrou até aqui a Reforma da Previdência, mas não conseguiu barrar a Reforma Trabalhista, tão nociva quanto à primeira, mas no fundo a maioria da classe trabalhadora só pensou em acertar as contas com os sindicatos, ela achava ou ainda acha assim, que a Reforma Trabalhista foi apenas um ataque ao seu sindicato.

Como a boa parte dos sindicatos são mantidos por velhas estruturas do peleguismo institucionalizado, de uma casta dirigente que mantém enormes privilégios em detrimento da classe, a maioria dos trabalhadores sem conhecer o que se passava de verdade vai optar em não comprar esta briga.

Milhares de sindicatos combativos vão entrar em crise, com poucos recursos financeiros, terá dificuldades em encaminhar a luta, que em tese irá atrapalhar a luta dos seus representados, que não entenderam que o conjunto patronal queria e está quebrando a espinha dorsal dos que fazem a luta, levando todo segmento de rodo para um abismo perigoso.

Em suma, todas as outras medidas que estão no bojo da nova Legislação Trabalhista são perniciosas para a classe obreira, no entanto, se fizermos uma pesquisa, ela se mantém distante do conhecimento, o que pegou para a maioria é que os sindicatos e suas direções tenham sido atingidos, em última instância, sem querer, sem a consciência devida, fizeram o jogo da patronal!

Outro momento que tivemos neste período de um golpismo comandado pelos maloqueiros que estão no poder, foi a tal greve dos caminhoneiros, que esteve mais para lockout do que propriamente algo da base, embora motivos não faltem para parar tudo neste país, não somente caminhoneiros.

Enfim, desde 2013, com os atos de rua pedindo ética na política, quando esta tese cresceu, insuflada pela mídia e aproveitada pelo pavonismo do judiciário, levou-se a histeria e a condenações seletivas e somente um partido ou segmento foi ou está sendo culpado, além de ter inventado a corrupção, evidente que isso só pode sair de uma cabeça doentia, infelizmente hoje, vivemos uma histeria coletiva de denuncismo sem provas, aonde um acusado para provar que o boi deitado não é vaca, já sucumbiu à estarrecedora condenação pública.

Então, tudo isso posto, eis que chegamos a mais uma eleição, mesmo fria, mas vemos nos automóveis, com raríssimas exceções, vemos a tendência do voto daqueles que não tenho dúvida andou de alguma forma chamando todos de corruptos nestes últimos dois anos, execrando as esquerdas ou mesmo o PT e seu líder máximo, no entanto deixa escapar agora com sua coerência, que seu candidato a isso ou aquilo não passa de um corrupto acostumado nas páginas políticas ser mais um do mesmo que infelicita Alagoas e leva esta terra ainda mais para o atraso!

E a vida segue, sem grandes mudanças estruturais, mas quem achava que fosse diferente mesmo...

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Ou Socialismo ou a Barbárie Capitalista!



Existe um debate na sociedade que começa a ganhar força e impulso, ideológico, mesmo que setores reformistas ou traidores da classe operária não queiram nem mais ouvir falar, que é a consigna, “Ou o Socialismo ou a Barbárie”!

Por mais que se negue esta possibilidade, entramos numa era que mais do que nunca, está colocada na ordem do dia, uma luta titânica, desde o século XIX que digladiam, não tem jeito, no Brasil e no mundo, com suas diferenças de realidades, é essa história que estamos vivendo no presente momento.

Com efeito, com a vitória dos governos Lula/Dilma, houve uma acomodada na questão, porém, subterraneamente esta luta nunca cessou, ela era invisível para muitos, mas continuou existindo, mesmo que a direção maior da esquerda tentasse negar e construísse de forma vã uma “Pax Social a brasileira”, tentando escamotear o que já era perceptível em alguns segmentos!

Não se pode titubear, a realidade imposta neste país, a partir de 2013, foi à consequência da falta de lado dos governos Lula/Dilma. Ao não tomar uma posição, não perceber que 2013 começara bem antes, quando se tentou fazer acordos além da conta, principalmente depois do segundo mandato de Lula, a direita começa a articular o fim de um ciclo.

Ora, a direita tem classe, ela se assume enquanto classe, é assim a mais ou menos 500 anos, atua com sabedoria de quem determina tudo no mundo atual. A classe trabalhadora iludiu-se com sua direção majoritária, quando este chegou ao poder, mas este poder era formal, mesmo com determinadas conquistas importantes, que impulsionaram os empregos e consequentemente a economia, mas isso tudo sobre o beneplácito dos setores que sempre estiveram no poder neste país.

O que quero dizer é que os setores de esquerda não rompeu com a corda, pelo contrário, as direções majoritárias nem chegaram a armar politicamente o lado que em tese ela sempre defendeu não se fez uma “correia de transmissão”, não organizou de fato os “Conselhos Populares”, feito na base, com o povo se educando e se armando politicamente para defender o seu governo e entender as manobras de se estar no poder, mesmo que formal!

O PT, juntamente com a Frente Política que elegeu Lula presidente, era ampla demais, foi necessário assim para varrer as desconfianças do mercado, mas quando chegou ao poder, não cumpriu com a segunda parte, que era fazer daquela vitória a massificação se uma ideia, pela base, que pudesse revolucionar os setores que sempre apoiaram a luta da classe trabalhadora.

Pelo contrário, muitos foram ganhos para o poder, para as benesses do poder, houve um abandono da luta de classes e do socialismo!

Depois do golpe, as esquerdas encontram novamente numa situação de responder as inquietações da classe operária, dos trabalhadores e do povo no geral, o que fazer agora? Não tem outro caminho, confiar somente em eleições é um erro, mas temos que participar e tentar influenciar a sociedade se organizar, mas é necessário também, juntar os cacos e voltar para as bases, organizar a classe por aí, explicar pacientemente diante de todos os erros cometidos, mesmo num mundo globalizado, mas que o capitalismo não dá respostas e nem resolve os problemas, que ou é a vez do socialismo, ou veremos mais que a barbárie, verá o próprio holocausto promovido pelos capitalistas!

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Reafirmamos a luta, construindo o PC do B e o socialismo!



Até qual dia, mês ou ano, você pode fazer militância em um partido político, especialmente de esquerda ou mais especialmente nas fileiras do Partido Comunista?

Faço esta pergunta, meio que perplexo, por entender que não existe nem hora, dia, mês ou ano para você deixar de fazer a militância diária.

Obvio que a militância comunista se dá em vários níveis de atuação, o militante pode desempenhar a sua atividade no Movimento Estudantil, Sindical, Político ou Institucional, isso são tarefas que são dadas, em cada uma delas o militante tem a incumbência de fazer crescer o partido, alargar os conhecimentos adquiridos para outros e assim fazer com que a sociedade possa admitir o Partido Comunista como uma força preponderante na perspectiva de suas ideias e programas políticos.
Mas voltando ao tema, em que idade uma pessoa deve parar de fazer política, especificamente a revolucionária?

Incrível isso,  encontro sempre remanescentes de uma época, de uma determinada época, em que todos jovens queriam mudar o mundo às avessas. A história não para, de vez em quando alguns senhores, engomadinhos, me pergunta se eu, por exemplo, ainda estou nessa, que coisa mais absurda, e a nossa militância comunista tem tempo de validade?

Claro que um dia vamos parar, quando morrermos paramos, é a Lei Natural, não vai ter mais jeito, mas enquanto vivos, não na esperteza de alguns, que de forma oportunista só vê o partido como algo em que ele possa se dar bem, típico militante pequeno burguês, que um dia vai dizer todo orgulhoso para os netinhos, eu já militei nesta organização, que coisa maravilhosa, mas parei porque eu tinha que cumprir com a tarefa de todo ser humano, constituir uma família, trabalhar, não sobrou mais tempo para a aventura se ser comunista!

Ora, isso é puro diletantismo pequeno burguês, fosse assim, João Amazonas, Pedro Pomar, Maurício Grabois, três dos maiores comunistas do Brasil, não teria militado até o suspiro final, os dois últimos foram vitimas da Ditadura Militar fascista em nosso país. Pedro Pomar morto covardemente na chamada chacina da Lapa, onde foram mortos também Ângelo Arroyo e João Batista Drummond. Maurício Garbois foi morto durante as jornadas de luta da gloriosa Guerrilha do Araguaia.  Mas todos, cada um em seu tempo, esteve empenhados em construir uma ferramenta de luta para a classe operária, os trabalhadores em geral, para suplantar o capitalismo e a construção do socialismo.

Confesso que fico constrangido, não por mim, mas por essas figuras, que muitas vezes pegam o trem andando (entram em uma estação, descem na próxima, ou muitas vezes passam um tempo ainda grande, até chegar à conclusão que aquela viagem tem que ser em carro particular, porque jamais pensou coletivamente, sempre individualmente), nunca compreendeu o que de fato é ser comunista, nunca compreendeu de fato o que é ser de um partido comunista, apenas está ali para atrapalhar, para beneficio próprio se dar bem na vida!

Nos atos públicos, quando encontramos figuras assim, fico a perguntar quantas vezes ele ou ela se permitiram segurar uma bandeira do partido, conscientizar de fato a classe operária, parece deuses iluminados, que passando um período entre os pobres mortais, se elevam ao olimpo, e de lá traçam seus planos mirabolantes, sobra tempo ainda para desdenhar de quem de fato ainda continua na luta, como se isso fosse coisa de um passado tão longínquo que não é mais permitido a pessoa fazer militância!

A luta é contínua, ser comunista não é da boca para fora, tem que ter muito paciência na construção coletiva, esta ainda é o único caminho na construção do novo homem e da nova mulher em uma sociedade muito mais avançada, a sociedade socialista!

Militamos pela causa mais justa e verdadeira, o socialismo! Militamos porque esta nossa saga, a nossa história não nos permite voltar atrás. Olhamos para o passado, quantos se doaram nesta construção, quantos foram vitimas infame da reação burguesa e capitalista, quantos foram torturados e mortos, mas nenhum deles abdicou do sonho de construir o partido comunista, da construção do socialismo, portanto da visão coletiva, não individual!

Por todos eles militamos, independente de tempo e idade!



José Nivaldo Mota- Secretário de Organização do PC do B em Maceió; Dirigente Estadual do PC do B. Presidente em Exercício do SINPRO/AL, da Direção Nacional da CONTEE e Secretário Geral da CTB/AL e FITRAENE.


segunda-feira, 11 de junho de 2018

Brasil e o perigo do fascismo!



Realmente o mundo não está para brincadeiras, em todos os níveis, sejam eles cultural, ideológicos, políticos ou militar, o imperialismo vai fazendo a cabeça das pessoas, aqui e alhures.

No Brasil, por exemplo, enfiaram uma tese de que aqui, juntamente com países que tenham governos de representação popular mais avançada, de que já vivemos no comunismo ou em estágio final de ser implantado, num mirabolante plano arquitetado pelo Foro de São Paulo. 

Vendo e assistindo no face, uma mulher, transtornada, dizendo que a Embaixada da Palestina, em Brasília, é uma afronta ao povo brasileiro. Como assim, até a FIFA aceita a Palestina, menos os ditos de direita no Brasil, ignorância pura!

Vomitam por aí, países como a Venezuela, Bolívia, Uruguai, todos comunistas! O Brasil estava a caminho, com o PT, é pra rir ou chorar? Mas isso é parte do plano, confundir, mentir, dizer que a corrupção no Brasil foi inventada nos governos Lula/Dilma, encheram as redes sociais, como muita gente está por aqui, e essa muita gente, principalmente de classe média, tem raiva do PT e das esquerdas, ficou fácil passar uma ideia. 

Depois disso, a contribuição inestimável da Rede Globo, do Judiciário reacionário, pronto, está montado o golpe, mas isso tem preço! O preço das entregas de nossas riquezas, o sonho dourado da classe média, que alardeia que são liberais mas não deixa de fincar a boca nas tetas do Estado, começa a ficar ameaçado!


A coisa é séria, inventaram dois personagem no submundo da velhacaria da política, um certo Ludwig Von Mises, um teórico da economia de mercado que não conseguiu fazer nada mais do que reproduzir as teses iluministas. O outro é Olavo de Carvalho, como disse da tribuna da Câmara dos Deputados, o ultra direitista Eduardo Bolsonaro, o maior filósofo brasileiro da atualidade, dá para aguentar uma afronta dessas!

Esta duas figuras, que ninguém conhecia, passou a ser lida com avidez  algo engendrado de fora do país, criam-se mecanismos para isso, desde ONGs, passando por clubes nem tão inocentes de leituras, todos com o pensamento de disseminar estas ideias e se contrapor as posições mais progressistas e de esquerda de nossa sociedade, notadamente os partidos, como os comunistas e o PT, que eles identificam como comunista também, faz parte do pacote da desinformação.

Aproveitaram muito bem as manifestações de Junho de 2013, o que era para ser uma revolta do buzão, num piscar de olhos passamos a ter grandes manifestações que visava uma coisa só, desmoralizar o sistema político vigente, os partidos políticos agora já não representava mais nada, todos eram iguais! Algumas organizações de esquerda, notadamente os de linha trotskystas, como PSTU, por exemplo, irradiava em suas publicações que ali se processava a verdadeira revolução em nosso país, veja o que dizia o jornal Opinião Socialista, em seu editorial de 14 de agosto a três de setembro de 2013:

As mobilizações de junho mudaram a situação politica do país. Agora, se discute política nas conversas durante o trabalho, em casa, nas festas. Pessoas que antes não participavam das lutas, viraram ativistas. As pessoas estão mais animadas para se mobilizar. Os governos ficaram na defensiva, acuados pelas mobilizações”.
Quer dizer, bastou ter gente nas ruas, para este setor comungar com o golpismo que se processava e ninguém alertava. A exceção foi o PC do B, que no alto da sua experiência histórica, de ser um partido quase centenário, a maioria deles na clandestinidade, mostrava em artigos, como o de José Carlos Ruy, no site Vermelho.org.BR, o que estava de fato ali representado. Com o título (“O Gigante acordou em 2013”?), o autor discorre com estas afirmativas:

Em junho de 2013 ocorreu uma grande explosão do descontentamento popular; ela expôs vicissitudes da luta de classes que ocorre no Brasil. Aquele movimento teve algumas marcas principais. Primeiro, a enorme dispersão de reivindicações que surgiram na esteira da exigência de transportes urbanos de melhor qualidade e preços acessíveis. Outra foi à virulenta posição contra os partidos políticos de esquerda por parte de alguns grupos que participavam dos protestos. Tudo isso acompanhado pela ação violenta de grupos como os black-blocs que, a pretexto de reagir contra a violência policial, partiram para o vandalismo puro e simples. Outra característica foi o uso da internet, das redes sociais (como o twitter e o facebook) para mobilizar as pessoas”.

Tem outra conotação, o enfoque tem a preocupação que aquele movimento podia estar em disputa, mas boa parte da esquerda, principalmente os radicalóides, que não percebe um palmo na frente do nariz, achava que o processo revolucionário era por aquele caminho, nada mais falso!

Pelo contrário, estamos desde aquele período vivendo uma onda conservadora, que ataca não só aqui o nosso país, mas toda América Latina. Esta ofensiva é articulada, não se podem ter governos tão independentes assim, o império que subserviência total, todas as nossas riquezas sendo entregue e o povo, ainda letárgicos, ainda achando que os malefícios de tudo e de todos os problemas foram obra e graça dos petistas, dos comunistas e democratas!

Essa invenção não é de agora, ela foi gestada, por sinal muito bem organizado, desestrutura tudo, o mercado quer o controle de tudo e de todos, mesmo que para isso eleja uma anta como o candidato fascista, enquanto isso, as esquerdas, mesmo com todos os problemas, se unificar em uma candidatura plausível, pode ganhar e bem este processo eleitoral!

Hoje a ponta o iceberg do fascismo se mostra na força policial, principalmente as policias estaduais. Não é de hoje que os movimentos que pedem intervenção militar eles estão sempre presentes, cometendo crimes, está em nossa Constituição, mas ninguém liga para isso, continuam a  pregar Intervenção Militar, jogam a favor do retrocesso, acham que se o candidato estrume, que defende o fascismo abertamente, pode dar guarida a todos, principalmente no combate a criminalidade contra aqueles mais pobres. Estes valentões da polícia não afrontam os "homens de bens", mesmo que estes ditos homens de bens não sejam tão do bem assim. 

Outro setor que vem operando posições claramente fascistas, são as ditas igrejas evangélicas, muitas delas cridas nos Estados Unidos, atuam por aqui apenas para cumprir o papel de enrolar os incautos que acham que pode melhorar de vida, se não for por aqui na terra, acham eles que no céu tudo dará certo!



segunda-feira, 28 de maio de 2018

O que move os caminhoneiros?



Não, definitivamente não é uma boa coisa qualquer volta ao Regime Militar. Mais um setor da classe média, de forma oportunista, aproveitando as reivindicações justas dos caminhoneiros autônimos, tenta vincular-se a este movimento em Alagoas e no Brasil, pregando uma sonhada (por eles) intervenção militar.

Os militares, isso está em qualquer livro de história, deram um golpe em 1964, juntamente como empresariado nacional, aliados menores do capitalismo internacional, embalados pela “Guerra Fria”, que dividiu o mundo pós Segunda Guerra Mundial.

Os setores políticos e civis, que ajudaram no golpe em 1964, se arrependeram rapidamente, o que era uma justificativa para colocar ordem numa suposta desordem nacional, colocar para fora do país os comunistas, principalmente o principal deles, o João Goulart (quanta ignorância da época, mas isso era pano de fundo, eles sabiam que Jango não era comunista, mas mentiram assim mesmo para propagar o caos), que era um rico e próspero estancieiro do Sul do país, com terras até o Uruguai.

Mas enfim, o que era para ser apenas dois meses de governo provisório militar até chamar novas eleições presidenciais, terminou com 21 anos de regime militar e um rastro de sangue, torturas e execuções sumárias dos opositores do regime. Fora aqueles que foram forçados a dar o fora, exilados de sua terra, de sua família por conta de suas posições democráticas.

Chegamos aos dias atuais, com uma pequena parcela da população, notadamente da classe média em sua maioria, defendendo a volta da ditadura militar, com um argumento que mostra claramente quem são estes novos cavaleiros do apocalipse. Pregam a morte dos comunistas, dizem que os professores de História, quando de esquerda, são mentirosos, porque nunca houve torturas neste país, que o regime era uma beleza, havia ordem e que a democracia não serve mais, veja o ódio e ignorância desta turba!

Mas o que está por trás destes movimentos, porque desde 2013 eles aparecem com forças em tudo que são manifestações públicas da direita ou mesmo aquelas supostamente espontâneas.

Tem mais angu ai no meio, hoje eles ocupam ainda em pequeno número as frentes dos quarteis do Exercito ou de outras forças militares, estão nos trechos rodoviários com os caminhoneiros, defendendo uma pauta antinacional, até antipatriótica, mas se apegam no que é mais sensível para a maioria da população que é a questão da segurança, criando a sensação de que o militares vão resolver os problemas inerentes a esta demanda.

Dizem que lutam contra a corrupção, ou são ignorantes ou tem o mesmo à cara do fascismo quem contribui com este tipo de posicionamentos. Durante a ditadura militar (1964-1985), o país viu crescer setores que se deram bem com os militares, ou será que o Antônio Carlos Magalhães, o famoso ACM da Bahia surgiu de algum Planeta vizinho ao nosso! Ou Suruagy, os Palmeiras, Collor de Mello em Alagoas! E Sarney no Maranhão, e o mais escabroso deles, Paulo Maluf, todos crias da ditadura, se era para ser contra a corrupção, porque a “redentora” foi tão complacente com estas famílias, incrível não!

Estes grupos que pedem a Intervenção Militar, dizem muitos por aí, são grupos financiados por grupos estrangeiros, não tenho as provas para afirmar, mas a julgar pela própria História, fica muito estranho que eles fiquem radicalizando a greve dos caminhoneiros (justíssima por demais), no entanto quando pede a Intervenção Militar, indo para frente dos quarteis, não é somente o combustível que move esta gente!

Agora mesmo, em entrevista a uma rádio local, um dos fascistas presente ao ato da chamada intervenção já, em Maceió, afirma em alto e bom som, “não é somente pelo combustível, sim pelo Brasil”! Continua ele, “é preciso uma intervenção militar para acabar com o comunismo”! Mas como meu caro? É uma cruzada internacional, por acaso vocês vão à China, Cuba, Vietnã ou Coreia do Norte, acabar com o socialismo por lá?

Eles afirmam que desde 1984(sic), o Brasil é governado por comunistas, então vamos lá, Sarney, Collor, Itamar, Fernando Henrique, Lula e Dilma, todos comunistas? Veja a ignorância, não estudaram História de fato, joga para população o caos, à direita e a ultra direita não tem candidato a presidente, o povo não quer aventuras, hoje ela votaria em massa nas esquerdas, desde que as esquerdas não sejam burras e saiam unificadas!

Por isso estes setores, atrasados, que sempre existiu no Brasil, mas que hoje não reverbera como um todo, são vários fatores, a começar pelos próprios militares não tem projeto definido para conduzir a nação.

Mas espera aí, estes setores que reclamam da democracia, podem fazer manifestações a favor da ditadura, não são molestados, isso é um erro, porque do ponto de vista jurídico estes setores incorrem em vários crimes, o principal a quebra da ordem democrática, a pregação da violência e a disseminação do ódio. Na Alemanha, eles aprenderam tudo sobre o nazismo, transformou em crime hediondo alguém vir defender ideias parecidas com a dos nazistas, aqui não, um regime hediondo, ainda ficam os menos esclarecidos ou fascistas mesmo, a defender e fazer proselitismo sem nenhuma contestação, um absurdo!

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Histórias do Futebol! O caso eu conto como foi!



Todo mundo tem histórias sobre o futebol, principalmente os aficionados, aqueles torcedores de carteirinhas, que vive e sonha com o esporte bretão.

Eu particularmente tenho as minhas histórias, vividas nem sempre dentro dos estádios, muitas vezes ao “pé do rádio”, imaginando como foi jogada A ou jogada B. Como Roberval Davino, conhecido como “Bailarino”, ponta direita do Regatas, cruzava a bola na cabeça de Joãozinho Paulista faturar mais um gol. Ou como o Silva Cão, pela esquerda, da mesma forma, com uma qualidade incrível, fazia um lançamento perfeito para os atacantes do CRB.

Acompanho futebol desde 1970, Brasil Tricampeão, mas com apenas seis anos, não dava para distinguir muita coisa, acompanhava de relance. Facilitava em casa, na cidade de Penedo, era um campinho no quintal, muito bem organizado pelo Sr. Nivaldo Mota, meu pai, campinho gramado, com traves e se não estou enganado, tínhamos dois jogos de camisa, uma do CSA, outra do CRB.

Mas em 1972, quando o CRB foi disputar o Brasileirão daquele ano, o primeiro clube de Alagoas a disputar uma competição nacional nos novos moldes, quando a antiga CBD (Confederação Brasileira de Desportos), antecessora da atual CBF, embalada pelo Tri no México e pelo ufanismo dos militares golpistas, com a propaganda de um “Brasil Grande”, decide criar em 1971 o que conhecemos até hoje como campeonato Brasileiro.

Não sei por que me identifiquei com o CRB, têm coisas que o futebol não explica, minha família é toda azulina. Na época, meu pai e meus irmãos, Roberto e Fernando, todos azulino, Maria das Graças, a nossa eterna Gal nunca gostou de futebol, pelo menos que mostrasse a gente, ela gostava de livros! Depois veio Zilda, bem depois, morávamos em Arapiraca e nesta época todos já tinham bem definidos os seus clubes de coração!

Mas em 1972, o mano mais velho, Roberto Mota, foi estudar em Maceió, acompanhou de perto os jogos do “Galo da Pajuçara”, naquele campeonato. Além do mais, ele era fã confesso do maior craque daquela geração de jogadores criados na própria base que foi Roberto Menezes, por isso ele ia ao Rei Pelé, o afamado Trapichão, ver o CRB jogar no Brasileiro daquele ano. Foi Roberto que me deu a primeira bandeira de um clube, sim, uma bandeira vermelha e branca, com o escudo do CRB no meio, jamais esquecerei este presente!

Isso talvez tenha influenciado a minha decisão de torcer pelo vermelho e branco das Alagoas. Quando Roberto ia para Penedo, finais de semana, falava sobre jogadores e jogadas, falava de jogos espetaculares, como um CRB 2 X 5 Flamengo, com Ubirajara Mota, Caio Cambalhota, Paulo César Caju, etc. e tal.

Mesmo nas derrotas comecei a ver o CRB como um timaço, com Vermelho no gol, Ademir, Major, Reinaldo, Roberto Menezes, Silva, Tadeu, Bibiu e tantos outros craques. Mas não era só derrotas, naquele ano o CRB sagra-se campeão do estado, isso tudo que começa a fazer a cabeça de uma criança, com seus oito anos, influenciado que era pelo que se ouvia nas rádios, lia nos jornais e principalmente com a revista Placar, não perdia nunca a leitura do Tabelão.

O rádio foi muito importante na minha formação clubista e por gostar tanto de futebol, locutores como Adilson Couto, Natan Oliveira, Sabino Romariz, Arivaldo Maia, Antônio Torres, Jorge Lins, Antônio Avelar, João José, Jurandir Costa, nossa, era muita gente boa!

Outro meio de comunicação que me influenciou bastante foi à revista Placar, semanário de primeira qualidade, fantástica revista esportiva. Ficava esperando meu pai chegar, geralmente ele trazia a revista envolvida em jornais, no meio de outras revistas, eu ficava na espreita pra ver se tinha alguma com aquele P na frente, era a glória quando eu encontrava à revista!

Mesmo morando maior parte da adolescência no interior, de vez em quando víamos a Maceió, assisti alguns jogos também fazia parte daqueles programas com a família, o Rei Pelé era um encontro inevitável.

Dois espetáculos não saem da minha memória, o primeiro foi um CRB X Vasco da Gama, em 1979, não pelo placar, mas pela entrada do time em campo. Quando o Galo entrou em campo, milhares de bandeiras, de todos os tamanhos a ser desfraldado, fogos pipocar diretamente soltados das arquibancadas. A torcida do CRB ficava na chamada ferradura, mas neste jogo, foi para as grandes arquibancadas, dividiu o lugar com a torcida do Vasco, tudo sem briga, numa normalidade total!

Outro jogo fantástico foi um CRB X CSA, o ano foi 1981, estreia de Alexandre Bueno, um verdadeiro camisa 10, naquela época jogador craque de bola tinha em profusão. Sai de Arapiraca perto das 13 horas, cheguei à Rodoviária de Maceió lá pelas 15h30min, peguei um Taxi e fui ao Trapichão. Comprar ingresso e entrar no estádio foi muito tranquilo, o problema foi encontra um local para sentar, do lado da torcida do CRB esta impossível.

Fiquei nas escadinhas que dão acesso ao ultimo piso, assisti o jogo dali. Começou o jogo, bola nos pés do Alexandre Bueno, ele levanta a cabeça e vê Almir Explosão partir para receber, o cara dá um passe como um Zico, Almir entra na cara do gol e faz CRB 1 X 0, valeu a pena à viagem!

São muitas histórias, na próxima vou contar de um jogo no interior, quando o CRB ganhou o 1º Turno em plena Arapiraca contra o timaço do ASA, lá pelos idos de 1981!
domingo, 6 de maio de 2018

200 anos de Karl Marx: Luta, revolução e paixão

Querido leitores e leitoras, este blog publica hoje, artigo que refuto excelente de Maria Valéria Duarte de Souza, sobre o Karl Marx! Esse mesmo artigo fora publicado no excepcional Portal Vermelho, vamos a leitura:


Quando em 5 de maio de 1818, a senhora Henriette Marx, nascida Pressburg, deu à luz seu filho, o terceiro dos nove que teria com seu marido Heinrich, não poderia imaginar que aquela criança seria considerada um dos maiores nomes do pensamento ocidental e que suas ideias seriam referência e inspiração para movimentos libertários não só naquele século 19, mas também em todo o século 20, chegando com pleno vigor ao século 21.

Por Maria Valéria Duarte de Souza




Poucas personalidades históricas despertam tantas paixões e tantas controvérsias como Karl Heinrich Marx. Idealizado por uns e demonizado por outros, Karl Marx foi, acima de tudo, um homem de seu tempo, atento às profundas transformações pelas quais passava o mundo e a Europa em particular. Uma dessas transformações apontava para o surgimento de um novo sujeito político, o proletariado. 

Entre os anos de 1843/44, aquele homem inquieto, que à frente do jornal Gazeta Renana (Rheinische Zeitung) havia incomodado profundamente o reacionário governo da Prússia, exila-se em Paris juntamente com sua companheira Jenny, com quem estava recém-casado. É em Paris que, em meio a uma intensa agitação política, Marx tomará contato com um efervescente movimento operário. Essa experiência lhe causa um grande impacto pois é a partir dela que irá compreender que aquela classe era a protagonista potencial de uma transformação revolucionária muito mais espetacular do que a ocorrida ali mesmo, na França, em 1789. Porém, essa revolução proletária somente ocorreria quando essa classe potencialmente revolucionária se fortalecesse em consciência e organização, para que assim pudesse assumir o seu lugar na história. 

Foi exatamente a esse processo de fortalecimento da consciência e da organização do proletariado enquanto classe que Marx dedicou sua vida e sua obra e é apenas pela compreensão do alcance histórico desta tarefa que se pode entender a dinâmica de sua atuação política e de produção intelectual.

A produção intelectual de Marx não se caracterizou como um esforço acadêmico. O grande rigor teórico no trato de questões que transitam por várias áreas do conhecimento decorre da necessidade de associar produção intelectual com militância política. Marx jamais se pretendeu um teórico “neutro”; sempre deixou claro que estava a serviço de uma causa; a causa da emancipação de uma classe, o proletariado, o que, por sua vez, representa a emancipação de toda a humanidade. 

Rejeitando a concepção que toma a produção teórica como um conjunto de princípios assépticos e neutros, Marx rejeita também as concepções panfletárias que nada acrescentam ao desenvolvimento concreto da luta política. Sob esse aspecto, como em muitos outros, a vida e a obra de Marx se distancia dos que exibem uma falsa rebeldia, bem ao gosto do “contra tudo e contra todos”, mas que, de fato, não apresentam nenhuma alternativa transformadora. Apologistas da desesperança, as teorias e as práticas de tendência niilista desses rebeldes sem causa conseguem, no máximo, abrir as portas para o medo que está na raiz do fascismo. Assim, Marx incomodou a muitos e continua a incomodar, entre outras razões, por não ser um rebelde vazio, mas por direcionar sua rebeldia para um novo projeto civilizatório no qual a esperança caminha ao lado da luta.

O fato de vincular claramente sua obra a um objetivo político angariou para Marx um grande número de detratores, não só no campo conservador, mas também entre os que se dizem vinculados a projetos progressistas nos marcos do capitalismo. Entre esses detratores, estão os que o apontam como um “malfeitor” que prega o ódio entre as classes, comprometendo uma suposta harmonia social. Existem também aqueles que, com o intuito de desacreditá-lo e à causa política a qual se vincula, consideram-no um ingênuo por cultivar a ilusão de pretender que as massas proletárias possam protagonizar um projeto civilizatório emancipador. 

Mas, além dos detratores, há aqueles que, no extremo oposto, incorrem no erro de mitificar a figura de Marx como se fosse ele um ”guru” ou um guia das massas a caminho de sua libertação, o que não poderia estar mais longe da verdade. Marx jamais atribuiu a si mesmo qualquer papel de liderança carismática . Em toda a sua produção intelectual é o proletariado que está no centro do processo histórico. Seu conhecido temperamento de polemista, que o indispôs com não poucos personagens da cena política de seu tempo, era manifestação de batalhas políticas e ideológicas que visavam combater aquilo que, a seu juízo, não contribuía para o fortalecimento da luta proletária. 

Passados já dois séculos, o mundo que assistiu ao nascimento de Karl Marx, o mundo no qual ele iniciou sua militância e produziu sua obra, mudou. A classe trabalhadora e o proletariado assumem outras formas na medida em que o próprio capitalismo se modifica. Diante disso, não faltam vozes para alardear que o pensamento de Marx está superado. Os que assim pensam, ignoram que esta superação somente se dará quando o objeto de atenção intelectual de Marx, a ordem burguesa, também estiver superado. Enquanto isto não acontecer, as categorias de análise com as quais Marx trabalhou para compreender a ordem burguesa seguem como um valioso instrumental teórico para orientar a luta de todos e todas que desejamos superá-la. Mesmo com impressionantes avanços tecnológicos, a sociedade do capital não conseguiu livrar-se de suas contradições mais intrínsecas. Permanece, ainda que sob outras formas, o cenário que inquietou Marx desde a sua juventude: uma sociedade fundada em um modelo que aumenta sua riqueza sem que a pobreza diminua. Marx considerava fundamental entender esse modelo, suas mistificações e suas consequências para aqueles que não têm acesso a esse gigantesco volume de riqueza que é socialmente produzido mas que é apropriado por poucos. 

O legado de Marx, porém, vai muito além de sua magistral produção teórica. Em suas biografias vemos que a luta que abraçou atravessou sua vida sob todos os aspectos. A pobreza, a perda de filhos, são fatos que nos dão a dimensão da brutalidade dessa luta, mas que, ao mesmo tempo, mostram que só uma convicção apaixonada poderia ser mantida em circunstâncias tão adversas. 
Marx produziu sua obra no calor da vida real; não foi um teórico de gabinete. Sua grande erudição jamais o afastou da luta concreta dos embates políticos. Foram esses embates que alimentaram um impressionante volume de produção intelectual, embora Marx não tenha sido, em seu tempo, o que se poderia chamar de “sucesso editorial”, talvez porque suas análises envolvessem pontos que ainda eram obscuros para sua época, mas que, confrontadas com as realidades do mundo contemporâneo, revelam uma espantosa clareza. 

Mesmo aqueles que não comungam de suas ideias admitem que o pensamento de Marx permanece fundamental para compreender nossos dilemas atuais. Isto porque, sem se deixar aprisionar por definições que tentam enquadrá-lo nos estreitos limites departamentais das universidades, Marx realizou a proeza que muitos tentaram mas não conseguiram; aquela que, como disse o escritor e dramaturgo irlandês George Bernard Shaw, é a maior que se pode almejar: “Marx mudou a consciência do mundo”.
·         Descrição: IMPRIMIR


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