quarta-feira, 16 de maio de 2018

Histórias do Futebol! O caso eu conto como foi!



Todo mundo tem histórias sobre o futebol, principalmente os aficionados, aqueles torcedores de carteirinhas, que vive e sonha com o esporte bretão.

Eu particularmente tenho as minhas histórias, vividas nem sempre dentro dos estádios, muitas vezes ao “pé do rádio”, imaginando como foi jogada A ou jogada B. Como Roberval Davino, conhecido como “Bailarino”, ponta direita do Regatas, cruzava a bola na cabeça de Joãozinho Paulista faturar mais um gol. Ou como o Silva Cão, pela esquerda, da mesma forma, com uma qualidade incrível, fazia um lançamento perfeito para os atacantes do CRB.

Acompanho futebol desde 1970, Brasil Tricampeão, mas com apenas seis anos, não dava para distinguir muita coisa, acompanhava de relance. Facilitava em casa, na cidade de Penedo, era um campinho no quintal, muito bem organizado pelo Sr. Nivaldo Mota, meu pai, campinho gramado, com traves e se não estou enganado, tínhamos dois jogos de camisa, uma do CSA, outra do CRB.

Mas em 1972, quando o CRB foi disputar o Brasileirão daquele ano, o primeiro clube de Alagoas a disputar uma competição nacional nos novos moldes, quando a antiga CBD (Confederação Brasileira de Desportos), antecessora da atual CBF, embalada pelo Tri no México e pelo ufanismo dos militares golpistas, com a propaganda de um “Brasil Grande”, decide criar em 1971 o que conhecemos até hoje como campeonato Brasileiro.

Não sei por que me identifiquei com o CRB, têm coisas que o futebol não explica, minha família é toda azulina. Na época, meu pai e meus irmãos, Roberto e Fernando, todos azulino, Maria das Graças, a nossa eterna Gal nunca gostou de futebol, pelo menos que mostrasse a gente, ela gostava de livros! Depois veio Zilda, bem depois, morávamos em Arapiraca e nesta época todos já tinham bem definidos os seus clubes de coração!

Mas em 1972, o mano mais velho, Roberto Mota, foi estudar em Maceió, acompanhou de perto os jogos do “Galo da Pajuçara”, naquele campeonato. Além do mais, ele era fã confesso do maior craque daquela geração de jogadores criados na própria base que foi Roberto Menezes, por isso ele ia ao Rei Pelé, o afamado Trapichão, ver o CRB jogar no Brasileiro daquele ano. Foi Roberto que me deu a primeira bandeira de um clube, sim, uma bandeira vermelha e branca, com o escudo do CRB no meio, jamais esquecerei este presente!

Isso talvez tenha influenciado a minha decisão de torcer pelo vermelho e branco das Alagoas. Quando Roberto ia para Penedo, finais de semana, falava sobre jogadores e jogadas, falava de jogos espetaculares, como um CRB 2 X 5 Flamengo, com Ubirajara Mota, Caio Cambalhota, Paulo César Caju, etc. e tal.

Mesmo nas derrotas comecei a ver o CRB como um timaço, com Vermelho no gol, Ademir, Major, Reinaldo, Roberto Menezes, Silva, Tadeu, Bibiu e tantos outros craques. Mas não era só derrotas, naquele ano o CRB sagra-se campeão do estado, isso tudo que começa a fazer a cabeça de uma criança, com seus oito anos, influenciado que era pelo que se ouvia nas rádios, lia nos jornais e principalmente com a revista Placar, não perdia nunca a leitura do Tabelão.

O rádio foi muito importante na minha formação clubista e por gostar tanto de futebol, locutores como Adilson Couto, Natan Oliveira, Sabino Romariz, Arivaldo Maia, Antônio Torres, Jorge Lins, Antônio Avelar, João José, Jurandir Costa, nossa, era muita gente boa!

Outro meio de comunicação que me influenciou bastante foi à revista Placar, semanário de primeira qualidade, fantástica revista esportiva. Ficava esperando meu pai chegar, geralmente ele trazia a revista envolvida em jornais, no meio de outras revistas, eu ficava na espreita pra ver se tinha alguma com aquele P na frente, era a glória quando eu encontrava à revista!

Mesmo morando maior parte da adolescência no interior, de vez em quando víamos a Maceió, assisti alguns jogos também fazia parte daqueles programas com a família, o Rei Pelé era um encontro inevitável.

Dois espetáculos não saem da minha memória, o primeiro foi um CRB X Vasco da Gama, em 1979, não pelo placar, mas pela entrada do time em campo. Quando o Galo entrou em campo, milhares de bandeiras, de todos os tamanhos a ser desfraldado, fogos pipocar diretamente soltados das arquibancadas. A torcida do CRB ficava na chamada ferradura, mas neste jogo, foi para as grandes arquibancadas, dividiu o lugar com a torcida do Vasco, tudo sem briga, numa normalidade total!

Outro jogo fantástico foi um CRB X CSA, o ano foi 1981, estreia de Alexandre Bueno, um verdadeiro camisa 10, naquela época jogador craque de bola tinha em profusão. Sai de Arapiraca perto das 13 horas, cheguei à Rodoviária de Maceió lá pelas 15h30min, peguei um Taxi e fui ao Trapichão. Comprar ingresso e entrar no estádio foi muito tranquilo, o problema foi encontra um local para sentar, do lado da torcida do CRB esta impossível.

Fiquei nas escadinhas que dão acesso ao ultimo piso, assisti o jogo dali. Começou o jogo, bola nos pés do Alexandre Bueno, ele levanta a cabeça e vê Almir Explosão partir para receber, o cara dá um passe como um Zico, Almir entra na cara do gol e faz CRB 1 X 0, valeu a pena à viagem!

São muitas histórias, na próxima vou contar de um jogo no interior, quando o CRB ganhou o 1º Turno em plena Arapiraca contra o timaço do ASA, lá pelos idos de 1981!

0 comentários:

Postar um comentário