terça-feira, 28 de agosto de 2018

GLOBALIZAÇÃO E IMPERIALISMO!



Ao longo da década de 80 e começo dos anos 90 do século XX, o imperialismo levou a cabo profundas mudanças na economia, na produção e organização do trabalho: medidas exigidas imperiosamente para fazer do setor parasitário um dos mais lucrativos em todos os tempos, que é o setor financeiro. Em pleno século XXI, continua o setor parasitário a garantir lucros espetaculares. Ao povo trabalhador são dados apenas os farelos deste grande bolo, que os setores elitistas abocanham de uma só vez.

Essa política, que teve as suas maiores expressões mais conhecidas nas figuras de Margareth Thatcher e Ronald Reagan, nas décadas de 1980 e 1990, que representavam os governos da Inglaterra e Estados Unidos respectivamente. Aqui na América do Sul o precursor da política neoliberal foi o então Ditador chileno, Pinochet. Esses planos e as mudanças que ocasionaram só foram possíveis por duas razões: a capitulação total dos diferentes governos burgueses. Aqui no Brasil com Collor de Mello, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.

Aos poucos e de forma consistente, os setores socialdemocratas e os reformistas impuseram a classe operária sucessivas derrotas, tanto para não mexer no regime democrático burguês e seu calendário eleitoral, quanto por acharem necessário que as mudanças poderiam vir por dentro do regime, fazendo pequenas alterações no sistema capitalista, mas apenas com o sentido de aprimora-lo” e não destruí-lo.

Estes setores do reformismo e da Socialdemocracia estiveram no poder a partir de 2003 até o golpe sofrido em 2016, fizeram algumas mudanças na política econômica, que foram essenciais para as mudanças na conjuntura, mesmo assim, a elite, tanto local, como a elite internacional, não aprovavam as concessões aos mais pobres, isso vai levar ao golpismo e a criminalização das esquerdas no país.

Essa conjunção de fatores tem levado a classe trabalhadora no mundo inteiro a sofrer terríveis consequências no seu padrão de vida. Cada vez mais vamos encontrar pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza em condições mais miseráveis do que viviam antes.

Os planos neoliberais implementados em quase todos os países do mundo, principalmente os ditos “emergentes” é parte do plano dos governos imperialistas em manter em seus países, e, sob a lógica do capital, a aumentar cada vez mais os seus lucros, e, principalmente, manter essa suas hegemonias por meios da economia ou da guerra aberta como foi recentemente na Síria.

Hoje em dia arrasam o Iraque e o Afeganistão para controlar as imensas reservas de petróleo desses dois países. Saddam Hussein foi uma desculpa esfarrapada de George Bush para ganhar a opinião pública mundial. Hoje em dia os EUA, o verdadeiro império do mal, aponta suas garras para a Venezuela, Coréia do Norte e Irã para continuar sua sanha assassina e dominadora. Para que o leitor tenha uma ideia, como o processo de globalização é uma política de terra arrasada, com seus efeitos econômicos perversos, hoje, no mundo, apenas 358 multinacionais, oligopólios, monopólios e grupos familiares detêm a renda total de 45% do que é produzido no mundo inteiro.

No caso brasileiro a situação é pior, por conta das contradições históricas alimentadas ao longo dos séculos por sua elite dirigente. Informa-nos o Atlas da exclusão social, belíssimo trabalho sobre os ricos no Brasil, o nosso país, possui uma população estimada em 200 milhões de habitantes e apenas cinco mil famílias são portadoras de riqueza equivalente a 2/5 de todo o fluxo de renda gerado pelo país no período de um ano. Isto que dizer que estas cinco mil famílias detêm em volume patrimonial o equivalente a 42% de todo Produto Interno Bruto do país.

Nesse caminhar, o mundo logo entrará em uma grande depressão. O crash de 1929 que abalou as estruturas do mundo capitalista poderá se tornar uma festinha de criança diante do caos que advém da ganância capitalista nos dias atuais. Países como EUA vivem sempre para explorar os países periféricos, e mantém uma eterna vigilância quanto à aplicação desses planos pelo mundo afora.

Os governos dos países imperialistas articulam uma série de ações coordenadas. No final do século XX, foi implementado um plano para salvar os bancos japoneses com quase 600 bilhões de dólares, 10 vezes o valor do plano Marshal no pós-guerra, para recuperar as economias europeias.

Mesmo assim, isso não dá para os imperialistas dormirem em paz, a um descontentamento cada vez maior entre os setores do povo, principalmente os trabalhadores, que perderam significativas partes dos seus salários e rendimentos.

Diferente dos ricos, que cada vez mais ficam ricos. Mesmo que não tenham ainda um caminho, uma direção confiável e consequente que possa leva-los a uma vitória diante do imperialismo e do capitalismo, que infelizmente, continuam dando as ordens no mundo, mas é saudável ver que homens e mulheres se levantam e construam seus organismos de luta para combater todos os setores que querem a continuação destas políticas nocivas para a maioria do povo.

Só para lembrar aos que acha que estas crises não respingam por aqui, o receituário é o mesmo, ataque indiscriminado contra o setor público, como se fosse o responsável pelas crises, a turma privatista e entreguista tentam retirar conquistas históricas dos trabalhadores, como foi o caso da Reforma Trabalhista, Fazendo um paralelo com a situação mundial, nós observamos a similaridade do receituário neoliberal. Só com muita luta e unidade de ação para reconquistarmos os nossos direitos.

José Nivaldo Mota- Professor de História e Presidente em Exercício do Sinpro/AL

0 comentários:

Postar um comentário