terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Classe Média, eterna classe pendular!



O que estamos assistindo-nos últimos dias em nosso país é o aprofundamento da crise política, os setores golpistas com seus variados tentáculos ideológicos, jogou a sociedade brasileira em um pântano, aonde sobressaem o ódio e a intolerância.

Impressiona esta conjunção de fatores, de uns anos para cá, houve um despertar de intolerância por parte da classe média brasileira, classe pendular, que em momentos de crises institucionais por qual passamos, se apega com tudo aquilo que seja mais retrógrado e reacionário!

Seria leviano de jogar a culpa somente na classe média, até porque temos setores equilibrados no seu seio, mas dá para vermos nas chamadas redes sociais, como um setor que não para dimensionar se são grandes ou pequenos, vocifera toda sua incompreensão política misturada com o ódio latente que tem das organizações de luta da classe trabalhadora.

Tudo que seja minimamente razoável dentro de uma disputa, estes setores mais raivosos da direita brasileira, que se expressa numa classe média decadente atrasada, puxa o discurso para baixo, partem para as agressões verbais ou físicas, contra intelectuais, artistas ou até mesmo da militância politica e sindical.

Creio que parte destes discursos de ódios que estavam reprimidos em muitos setores, uma parte os setores de esquerda que governaram o país tem certa dose de culpa, principalmente pelo distanciamento das ações práticas e de um burocratismo atroz, que fere de morte a perspectiva da transformação revolucionária.

Os setores médios de nossa sociedade sempre se posicionaram assim, em 1964 participou ativamente das “Marchas com Deus pela Liberdade e contra o Comunismo”, em São Paulo, um pouco antes do golpe militar fascista, mais de 500 mil pessoas gritavam “Fora Jango”, em referência ao Presidente eleito e Constitucional do país, João Goulart.

Em um comunicado, qualquer semelhança com o presente não se assustem, nessa manifestação em 19 de março de 1964, colocava assim os presentes:

“O povo está cansado das mentiras e das promessas de reformas demagógicas. Reformas sim, nós a faremos, a começar pela reforma da nossa atitude. De hoje em diante os comunistas e seus aliados encontrarão o povo de pé. [...] Com Deus, pela Liberdade, marcharemos para a Salvação da Pátria!", dizia o comunicado lido no dia da manifestação”.

Esta mesma classe média que foi às ruas em 1964, abraçando o fascismo e o obscurantismo, foi à mesma que a partir de 1968, com a passeata dos cem mil, organizada pelos estudantes, participou em peso, contrários aos golpistas de 68, os mesmos que eles apoiaram em 1964.

A mesma coisa aconteceu com o movimento das Diretas Já, aonde reuniu milhões em nosso país, num clamor nacional, pedindo a volta da democracia, quem estava ali em peso, novamente como um pêndulo, a velha classe média de sempre, agora ocupando um lugar à esquerda na sociedade!

De 2013 para cá, a mesma classe média que participou ativamente da luta pela anistia, pelas Diretas Já, estava nas ruas pedindo a cabeça de Lula e Dilma, do PT, do PC do B, mandando todos para um “Vai pra Cuba”!

Hoje ela abraça perigosamente o fascismo, não aprendeu com a história, a primeira vitima será a própria classe média, a sanha assassina e sangue nos olhos destas víboras estão à mostra!

Só unificando os setores progressistas, o pensamento mais avançado da sociedade, os setores patriotas, um amplo leque de forças democráticas é que possamos ganhar o discurso e trazer para o nosso seio os setores médios da sociedade!



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