sábado, 5 de março de 2016

No país da mídia golpista!



Nunca tivemos imprensa livre em nosso país, nunca em nossa história a imprensa foi de fato imparcial. Estava lembrando disso quando descia hoje para o SINPRO, não quero aqui repassar toda a nossa história política, mas sim alguns fatos que acho interessante para debatermos aqui nas redes sociais.

Getúlio Vargas e sua porção nacionalista burguesa, em seu mandato constitucional de 1950 a 1954, foi acusado de corrupto, inepto para o cargo. Carlos Lacerda, principal oponente de Getúlio, era dono do jornal Tribuna da Imprensa, a partir dali, comandava a execração pública do “pai dos pobres”. A história terminou com o suicídio de Getúlio, mas não só Carlos Lacerda e seu jornal fazia oposição a Getúlio, pregando um golpe para tira-lo do poder, outros meios de comunicação faziam oposição serrada, como o Globo, por exemplo!

João Goulart, o Jango, entre 1961 a 1964 também foi vítima da imprensa golpista. Principal herdeiro político de Getúlio, foi golpeado do poder por um comando civil/militar, depois de um intenso bombardeio midiático.

Em 1989, depois de 25 anos sem poder votar para presidente, Lula e Collor disputam quase que empatados a presidência. Tivemos uma eleição polarizada, mas o Jorna Nacional, colocava sempre os melhores momentos de Collor e os piores de Lula. Lembro até, que no dia da eleição, eles colocaram um seriado para passar pela manhã, chamado “Profissão Perigo”, em que o “mocinho” era perseguido por "terríveis" vietnamitas, com suas estrelinhas vermelhas no peito e no boné. Manipularam o debate entre Lula e Collor, evidente que pró Collor de Mello!

A nossa imprensa, tendenciosa, abriu espaços para o sequestro do empresário Abílio Diniz, quando a soltura do empresário e prisão dos sequestradores, vestiram camisas da campanha de Lula fazendo ilações a respeito do candidato. Mas do mesmo jeito que apoiou Collor de Mello, rifou o seu governo dois anos depois, quem não se lembra da novela “Que Rei sou eu” e o seriado “Anos Rebeldes? Hoje passa uma novela “A regra do jogo”, que o líder de uma facção criminosa é uma personagem que tem ideias socialistas, mas claro impossível a quem ela quer atingir no inconsciente coletivo da população.

A Rede Globo, rádio Jovem Pan de São Paulo, rádio CBN, BandNews FM, só para citar algumas, são retransmitidas nacionalmente, pregam todos os dias o golpe, o ódio, o fim do PT e dos partidos de esquerda por tabela, rasgam a Constituição Brasileira, insuflam as pessoas irem as ruas, tudo aberto, com a desculpa que estamos numa democracia!


A bem da verdade, faltou um projeto ousado a partir de 2003, que vislumbrasse a possibilidade de uma TV pública que competisse em pé de igualdade com as poderosas redes privadas, como a Globo e Band. Era necessário um sistema de rádios interligados, que passasse a partir da rádio Nacional, uma postura mais altiva, que refletisse as ações de governo, reverberasse as conquistas sociais a partir de então. A internet por si só não é possível conquistar mentes e corações, a multiplicidade de grupos e sites acabam confundindo as pessoas, nem todo mundo ler, mas a TV e rádio ainda são campeões de audiência por esse país afora.

Nas publicações impressas, todas as semanas, vivemos uma enxurrada de mentiras, denúncias vazias, que acabam refletindo dentro de um Congresso Nacional conservador. A revista Veja é a principal, que prega o golpe toda semana de forma impune, sem nenhuma reação governamental, que cai num republicanismo surreal. A única onda de enfrentamento a esta publicação de caráter fascista foi organizada pelos bravos camaradas da UJS (União da Juventude Socialista) e da juventude combativa do PC do B, que ocuparam a frente desta revista e fizeram um ato espetacular de combate a mídia golpista.

É preciso refletir, que imprensa queremos, naturalmente não queremos jornalistas com mordaças, mas não podemos aceitar, que em nome de uma democracia, figuras sinistras possam se utilizar dos meios de comunicação, escrevam e falem o que bem querem, e nada, mas nada mesmo é feito para barrar esta sanha golpista odiosa.





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