sexta-feira, 3 de junho de 2016

PARA ONDE VAI A EDUCAÇÃO EM ALAGOAS?



Governo Renan Filho tem que chamar todos os concursados da educação de 2013! Apenas 150 foi outra ação de pirotecnia que não vai resolver o problema!



Este anúncio pomposo do Governo Renan Filho e de seu Secretário de Educação para a nomeação de 150 professores da Reserva Técnica do concurso de 2013, é mais pirotecnia do que uma ação que vise de fato recuperar a educação pública em Alagoas.

Seguramente temos mais de 4 mil monitores, um número assombroso, haja vista que tivemos nos últimos 10 anos dois concursos para professores e nunca contemplados em sua plenitude com as vagas disponíveis!

O primeiro o governador da época, o tucano Teotônio Vilela, embromou o tempo todo, ao invés de chamar nos oito anos de seu governo os professores concursados, preferiu chamar monitores, com um serviço quase escravo, com salários aviltantes e precarizado!

É bom dizer aqui, que essa onda neoliberal, de terceirizar e precarizar serviços, começaram com o governo Fernando Henrique a nível federal, foi imitado pelos governos estaduais, aproveitando neste caso os recursos do FUNDEB, para terceirizar uma área tão vital para o desenvolvimento humano.

Ronaldo Lessa, então no PSB, governou Alagoas entre 1999 a 2006, foi ele que começou com a onda da terceirização, fazendo os primeiros processos de seleção dos monitores, que supostamente cobririam as faltas e licenças dos professores efetivos que estivessem doentes.

Como uma pandemia, “milhares de professores ficaram doentes”, nestes últimos dez anos, eu não acredito em hipótese nenhuma, que tivemos mais de 5 mil casos de doenças que justifiquem ausências de dois anos de salas de aula, essa justificativa dos gestores da Secretaria de Educação, não passa de uma lorota, que boa parte da imprensa aceita, por motivos de subserviência aos governos de plantão. O que acontece de fato é que a categoria dos professores envelheceu, aposentou-se e o Estado, como gestor, não fez o seu dever, que era abrir concursos e preenche-lo com as vagas disponíveis.

O próprio Ronaldo Lessa organizou um concurso em 2005, o seu vice assumiu em 2006, nunca chamou a totalidade que eles mesmos tinham pensado e organizado para o concurso. Quer dizer, lesam os que se inscreveram, porque diziam que teriam milhares de vaga, mas somente centenas são chamadas, as vagas restantes, eles ganham com os monitores!

Pois bem, este governo atual, que prometeu uma revolução na educação, não passou até agora de uma arrumação de uma pequena sala, nem uma reforma conseguiram fazer, pelo contrário, um deputado de sua base, Ricardo Nezinho (PMDB), lançou mão de um projeto fascista para amordaçar os professores em sala de aula. Apesar do governo dizer que entraria com um ADIN, no STF, ainda não saiu do discurso e das boas intenções. Quem atuou de forma decisiva contra esta lei aberrante foram às entidades locais, como o SINPRO/AL, com sua direção bastante combativa. O SINTEP, que subsidiou bastante com denúncias a nível nacional e a CONTEE, que já entrou no Supremo com uma ação de inconstitucionalidade da lei. Estas entidades atuam no setor privado, coube ao combativo SINTEAL, denunciar esta lei juntamente no setor público, cobrando uma ação mais firme do governo do estado com relação a esta lei da mordaça.

Enfim, para a educação alagoana começar a recuperar da tragédia a que foi submetida por governos lenientes e irresponsáveis, como por exemplo, do Téo Vilela, do PSDB, que arruinou o setor, colocando milhares de monitores no lugar dos concursados de 2005, era chamar todos os concursados do último concurso. Dizer que não tem dinheiro é conversa fiada, todo ano sobra dinheiro do FUNDEB, sinal que ele vem sendo mal aplicado e que tem sim condições de chamar a todos os concursados.

Fazer propaganda, dizendo que é um grande feito o chamado de 150 professores do último concurso é querer brincar de educação, aliás, até agora o governo Renan Filho e seu governo, ainda não disse para que veio com relação ao setor da educação. Até a própria Defensoria Pública veio brindar o feito, é querer brincar com o povo, aliás, este povo, eles só precisam em épocas eleitorais! Reafirmo aqui, 150 novos professores não dar nem para a saída, o carro da educação não vai sair do canto, a tal revolução não passa uma fantasia distante, os pobres dos mais pobres, que precisam de uma educação de verdade, não são pautas, não são prioridades para estes que governam apenas com a lógica dos ricos e poderosos!



Nivaldo Mota é Vice-Presidente do SINPRO/AL, Secretário Geral da FITRAENE/NE e membro da direção executiva estadual da CTB (Central das Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil).

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