ExtraClasse

E o Processo do impeachment passou na Câmara Federal, as hordas golpistas conseguiram impor uma derrota ao governo popular e democrático de Dilma Rousseff. 

Juntamente com a mídia golpista, conseguiram via indireta, dar um golpe na democracia, já que as tais pedaladas fiscais do governo, mesmo que supomos equivocadas, não seriam motivos para afastar a Presidenta do poder. Fato que agora, assistiremos no Senado todo o desenrolar dos fatos, mesmo que o Senador Renan Calheiros, presidente daquela casa, sempre se mostrara contrário ao impeachment, declarando até que o que se processava na Câmara era outra coisa, quer dizer, golpe mesmo!

Mas esperar o que de Eduardo Cunha, um gangster, um amoral, uma figura envolvida até o talo em corrupção, com contas na Suíça na casa dos 52 milhões de dólares. Esperar o que de uma Câmara, com seus deputados evangélicos, homofóbicos, racistas, nazistas e torturadores? Só encontraríamos ali traição ao povo e apenas interesses individuais! Mas a Câmara não são somente estes, que traíram a pátria por alguns milhões de reais em suas contas ou bolsos, lá temos deputados e deputadas de luta, combativas e principalmente a bancada comunista. O PC do B, em seus 94 anos, quando pôde assumir cargos legislativos a nível nacional, sempre foram os mais combatentes em favor da democracia e do povo. É só olharmos os fatos da Constituinte de 46 e 88. Os comunistas foram os mais atuantes, aqui mesmo das Alagoas, tivemos o Constituinte nota dez, que foi o Deputado Federal Eduardo Bomfim.

Mas porque perdemos, parodiando Juca Kfouri, jornalista esportivo dos mais competentes, disse ele e eu concordo “me orgulho das minhas derrotas”, emblemática, mais precisa!

Creio que faltou aos governos Lula e Dilma, uma maior demarcação de um campo político em nosso país. Não estou negando as alianças mais largas, pelo contrário, elas foram fundamentais para as grandes vitórias, mesmo que muitos partidos não fossem de esquerda, pelo contrário, eram de direita, mas não interferiam no mais importante, que foram as conquistas sociais dos pobres dos mais pobres deste país.

Era necessária a constituição de Conselhos Populares, aproximar mais os dirigentes partidários e governamentais das populações mais carentes, que começavam a mudar de situação, saindo da pobreza estrema para moradias mais digna, para ter alimentação três vezes ao dia, universidades para todos, financiamentos, bolsa famílias, ciências sem fronteiras, acesso à luz no campo, UPA em vários municípios, SAMU, enfim um sem número de avanços sociais que não foram capitalizados pelo governo na hora mais decisiva de sua história.

Incrível, somos governos e nestes últimos anos parecíamos que não éramos governo, a mídia toda controlada pelos de sempre, pelos ricaços, com seus interesses e nós não tivemos a capacidade de criar uma TV pública que rivalizasse que fizesse frente a este setor nefasto, que sempre foi um quarto poder aqui e alhures.

Nós não fizemos uma revolução no sentido clássico, ganhamos as eleições nos marcos da democracia burguesa, e dentro do próprio capitalismo resolvemos fazer algumas distribuições de rendas em nosso país. Foi o bastante para que a tradicional família brasileira, que nunca deixou o século XIX, a tal da Casa Grande, começasse a se mexer para derrubar este governo, que mesmo com todas as limitações de sua direção hegemônica, criou condições de melhorias de vida para milhões de brasileiros, que sempre estiveram ausentes da pauta nacional!

Apesar dos sindicatos, das centrais, de toda militância aguerrida, atuando de forma firme, mas faltou aquele elo, aquela ligação, que se tivesse sido construída pela base, militante, seria muito difícil inclusive os graves desvios morais de alguns dirigentes históricos de esquerda, que foram pegos se lambuzando nas tetas do Estado, com relações promiscua com determinados setores da maquina estatal apodrecida há séculos em nosso país!